QUARTA PARTE
Epílogo.
Diante do dito, parece
não haver saída. Só que existem diferenças entre os países. Alguns não têm
jeito. Todos os profissionais do poder são tão semelhantes que não oferecem
opção. Mas existem nações que através de vigilância democrática, como a
imprensa livre e não comprada, com investigações e punições de corrupção,
conseguiram se desenvolver. A democracia e as investigações sistemáticas dos
profissionais do poder me parecem um caminho. Se é que ainda podemos ter algum
tipo de esperança. Talvez seja melhor emigrar para países mais organizados e
realmente desenvolvidos e deixar a merda ficar fedendo durante séculos em
alguns países ou saber conviver com isso tudo mantendo a integridade pessoal
para gozo subjetivo porque para quem gosta de ser íntegro a integridade dá um
imenso prazer. Eu entendi isso estudando os espartanos e os samurais. A honra
dá um prazer maior do que o poder e o dinheiro. Supera qualquer droga. Ela faz
quem a conquista, ser extremamente feliz. Tenho uma grande pena dos que não têm
respeito por si próprio. Mesmo que tenham pequenos escorregões. Não estou
falando de pessoas fictícias, mas causa uma grande felicidade toda vez, todo
dia que você faz uma coisa correta, sem traição, safadeza, roubo, respeito
profundo ao próximo, a sua liberdade, amor pelo próximo, solidariedade, ao
contrário dos vendedores de Cristo que o usam para ganhar dinheiro torcendo o
que ele disse para isso. Você para você mesmo se torna um rei, uma pessoa que
você admira muito e se orgulha de ser você. Já o pobre do profissional do poder
desses paises explorados por eles junto com o capitalista, coitado, como Midas
e o retrato de Dorian Gray, quando a consciência dá aquele trovão e o raio
ilumina a podridão que se transformou, o desgosto é tanto que a infelicidade se
instala no seu palácio dourado. Não se consegue que racionalização nenhuma
consiga impedir essa infelicidade que é a maior que existe na Terra. Você ter
vergonha e nojo de si mesmo. Você tomar consciência de que é um monstro. Por
isso os japoneses se matavam por não poderem mais olhar para si mesmos no
espelho, olhar para os filhos, amigos e o povo em geral e aí com a morte tinham
um último ato de decência. Que felicidade é você gostar de si mesmo. Ser
apaixonado por si mesmo. E para isso seus atos devem ser de uma moral segura.
Sem roubo, sem traições, sem faltar com a palavra, sem agredir os fracos e
necessitados, ser sempre um homem de verdade livre e honesto, absolutamente
confiável. Isso vale muito mais do que qualquer dinheiro e posição social. Quem
não tem é digno de profunda pena e nojo. A pena supera muitas vezes até o nojo.
Coitado, é um pobre diabo que nem o inferno quer. A felicidade é a honra. Como
é bom se encontrar na vida pessoas honradas. Quem tem amigos assim é um
privilegiado. São mais raros que diamantes. Mas completam a nossa felicidade.
Os espartanos, os samurais e muitos guerreiros da humanidade pensavam assim e
eu compreendi que só a honra que me referi acima traz a verdadeira felicidade.
Por isso estudo cada vez mais o caminho deles para não me afastar do que é a
fonte de minha profunda felicidade. Não sou perfeito. Não tenho tanta honra
como queria ter, mas a cada dia me esforço mais para ser o mais possível
correto sob todos os pontos de vista porque isso é que de fato me traz a maior
felicidade em minha vida. Não tem prazer maior do que esse. Eu me amo cada vez
mais a partir de meus atos. Talvez essa seja uma das razões para eu mudar de
país algum dia. Fico exausto de ter de lidar diariamente com pessoas que nem
sabem o que significa a palavra honra.
O que é parece ter
acontecido com os países desenvolvidos é o profundo amor que os seus
profissionais do poder têm, ao longo dos anos, pelo seu país. Em países inchados
ocorre o contrário. As pessoas têm amor ao dinheiro que podem arrecadar com
suas atividades de profissionais do poder para ela e sua quadrilha. Não amam o
próprio país. Não amam sem povo. Só a si mesmos e seus parceiros de rapinagem.
Os profissionais do poder são destituídos desse amor ao país que nasceram e
assim praticam a alta traição e liquidam o país em que nasceram. Não sei que
mecanismos foram usados ao longo da história desses países desenvolvidos para
eles se livrarem desses traidores ou os manter em graus menores do que os
observados em países doentes e inchados levados à miséria.
Autor: Ricardo Líper
Disponível em: http://osinimigosdorei3.blogspot.com.br
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