domingo, 31 de maio de 2020

OS BANDIDOS DO RACISMO E O RACISMO BANDIDO QUE INOCENTA OS CRIMINOSOS BRANCOS

Os brancos roubam o mundo. Eles são os grandes ladrões. Foram os brancos que roubaram a África, a Ásia, a América. Para roubar, eles ameaçam, prendem, matam centenas, milhares, milhões de seres humanos que habitam os territórios em que vivem. Além de ladrões, também são assassinos e, além disso, os brancos elegem elites que fazem o seu serviço sujo de prender, arrebentar e assassinar todos/as aqueles/as que se colocam contra a dominação colonialista. O que se chama de colonização é o projeto genocida dos brancos. É o grande assalto à humanidade alheia: indígenas, asiáticos/as, ciganos/as, negros/as, judeus, pessoas com deficiência, homossexuais, mulheres, transexuais etc. E, no entanto, os brancos se acham no direito de nos acusar pelo atraso na economia e por tudo de ruim que há no mundo.
Por algum tempo os maiores traficantes do mundo foram os brancos da Inglaterra e da França, o que levou à Guerra do Ópio.
Na verdade, não foi uma guerra, mas duas – ambas travadas no século 19 na China. Nesses conflitos, Grã-Bretanha e França se aliaram para obrigar a China a permitir em seu território a venda de ópio, uma droga anestésica extraída da papoula. Para britânicos e franceses, exportar ópio para a China era uma forma de compensar o prejuízo nas relações comerciais com os chineses, que vendiam aos ocidentais mercadorias muito mais valorizadas, como chá, porcelanas e sedas. Mas o governo de Pequim não via o troca-troca com bons olhos: a partir do século 18, o consumo da droga explodiu no país, causando graves problemas sociais – nem um decreto imperial de 1796 conseguiu deter a expansão do problema.

A coisa pegou fogo de vez em 1839, quando o governo chinês destruiu uma quantidade de ópio que estava na mão de mercadores britânicos equivalente ao consumo de um ano. O governo da Grã-Bretanha reagiu enviando ao Oriente navios de guerra e soldados, dando origem à primeira Guerra do Ópio. Mais bem equipada, a tropa britânica venceu os chineses em 1842, obrigando-os a assinar um tratado de abertura dos portos e de indenização

pelo ópio destruído – mas o comércio da droga continuava proibido.
O negócio complicou de novo em 1856, quando autoridades chinesas revistaram um barco britânico à procura de ópio contrabandeado. Era a desculpa que a Grã-Bretanha precisava para declarar a Segunda Guerra do Ópio, vencida novamente pelos ocidentais em 1857. Como preço pela derrota, a China teve de engolir a legalização da importação de ópio para o país por muito tempo: o uso e o comércio da droga em território chinês só foram banidos de vez após a tomada do poder pelos comunistas, em 1949.
Então, para você que tem nojo do tráfico de drogas, mas que personifica o traficante no jovem negro segurando um metralhadora portátil, saiba que dois Estados europeus lucraram fortunas com o tráfico de drogas na China, levando a duas guerras. E digo ainda mais: o narcotráfico sustenta e é sustentado por interesses que se cruzam entre altos dirigentes dos Estados e grandes narcotraficantes, todos brancos. Todos eles morando em mansões, bairros de alto luxo, considerados “nobres”.  
Os brancos roubam milhões, bilhões. Na casa de Geddel, num "bairro nobre", mais um político branco, tinham milhões recheando malas de corrupção. Quanto se juntam a esses nomes tantos outros brancos que ocupam, ocuparam e ocuparão lugares de destaque no aparelho do Estado, reservados especialmente para eles e elas através do racismo estrutural: desembargadores/as, juízes/as, procuradores/as, empresários, coronéis, capitães, tenentes, deputados/as, prefeitos/as, vereadores/as, pastores/as, bispos/as, etc., percebemos que os maiores bandidos do Brasil e do mundo são brancos.
Um exemplo, entre tantos outros, é o da compra, no Rio de Janeiro, de equipamentos hospitalares. Houve superfaturamento, as empresas que ganharam a licitação pública não tinham condições alguma sequer para participar da licitação. O resultado foram equipamentos que não prestavam, devolução, atraso na inauguração dos hospitais de campanha e, por conta disto, dezenas e centenas de mortes que não serão associadas pela maioria da população a tal crime hediondo praticado por homens brancos.  
Mas a sociedade insiste em matar o negro que rouba um ou outro e que vende
droga para um ou para outro branco.
Os milicianos que dominam as favelas cariocas são brancos. Foram brancos que se beneficiaram da morte de Marielle Franco. São os brancos que destroem a natureza. São os brancos que, através de suas empresas, criam porcarias para nos vender como se fossem necessárias e saudáveis. São eles que têm os dinheiros para pagar milicianos, pistoleiros que matam freiras, lideranças indígenas, Chicos Mendes, Chicos Bentos, Chicas da Silva. São os brancos os donos dos bancos, os que decidem os financiamentos da destruição da Mata Atlântica, da Amazônia. São os brancos que poluem os rios, que bebem todo o líquido precioso do planeta, que mastigam os animais e cospem fora seus ossos. São os brancos que desmatam as cidades para construir edifícios e rodovias.   
E agora mesmo um branco vocifera ditaduras, opressões e anuncia torturas. Foi um branco ex-juiz que elaborou um plano que continha uma lei para livrar policiais de assassinarem as pessoas, sob a denominação de “excludente de ilicitude”. Agora mesmo brancos cruéis, reapresentando suas antigas perversidades, desfilam de verde e amarelo pedindo o sangue dos seus oponentes sob o manto da ditadura. E eles e elas nos provocam. E nos incitam e nos convidam para a guerra. Ninguém sabe o que ocorrerá doravante, porque não dá para saber como a organização vai parir este conflito. A entropia é crescente e a energia não vai se dissipar através do controle que os brancos dominantes desejam. Talvez o pior esteja ainda por vir neste semeio dos brancos em nossa contemporânea paisagem política e econômica.
 Vou me permitir utilizar a música de Caetano Veloso (Podres Poderes) para fazer uma pequena, mas significativa mudança: “Enquanto os brancos exercem seus podres poderes...”
Joselito da Nair, do Zé, da Ana Lúcia, de Tantas Gentes e de Jesus, O Emanuel

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