segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Me deixe

Deixe-me, deixe assim mesmo.
Deixe meu sorriso farto e solto
Deixe meu cabelo

Deixe meu dia e ainda minha noite
pra que eu viva esses tempos
sem a sua língua e os seus olhos

Deixe-me! tolo, tola
Você nunca alcança
o pinguelo da minha cebola.

Você com seu modo de fugir
não me deixa viver
vive atrás de mim
pra poder se esconder

Nunca entenderá meus sentidos
nunca trilhará meus caminhos
morrerá assim mesmo (a)

Vá viver a si mesmo (a)
e me deixe assim
para sempre vivendo a mim.

Eu me tenho e me basto
O que tenho me basta
O que falta sempre me afasta de tudo

O que me falta não é nada
senão a falta de mim,
e basta encontrar o meu fim
que tudo me graça.

Joselito da Nair, do Zé, do Rafael, de Ana Lúcia, de Tantas Gentes e de Jesus, O Emanuel.

sábado, 19 de novembro de 2011

Noite adentro


Há uma noite em cada humano
uma noite sem destino
em completo desatino
desprovida de futuro

Uma noite sem esperança
Sem amor, sem sorriso
Noite apenas, sem sentido
Noite de dor, de saudade

Há pelo menos uma noite
Sem cidade,
Uma noite deserta, incerta
Sem qualquer amanhecer.

Noite noite adentro
que adentra a pessoa
e instala a agonia
noite, insônia e lamento

Há pelo menos uma noite em cada humano
pra chorar todas as dores desse mundo.
todos os absurdos cometidos
pelas forças insanas e cegas

É justamente nesta noite sem fim
Quando tudo se acabou
E não há luz, nem estrelas,
nem fogueiras, nem calor
que a gente descobre exatamente
o valor da nossa luz interior.
  
Joselito da Nair, do Zé, do Rafael, de Ana Lúcia, de Tantas Gentes e de Jesus, O Emanuel

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Movimenta

Para onde vão todos os móveis?
Para onde se movem?
Para que giram seus pares?
O que querem lá onde vão?

Ninguém para.
O mundo exige movimento.
E a vida? o que Ela exige?
Sei. O tempo não para.
a fila anda, etc.
E todos esses vetores
forçando as palavras, os recursos,
as potencialidades e os discursos...

Tudo parece correr para nunca
para lugar de ninguém,
tudo dizendo que vai acabar.
Há sempre alguém empurrando
- muitas vezes de maneira pouco educada -
querendo ficar para sempre,
querendo pegar com as mãos...
Ó pobres!!!

E a vida, o que quer?
A que deseja chegar?
Já chegou e quis ficar?
Quer voltar circulando?
Quer seguir adiante esse incessante momento?
E quando a vida para:  é a morte
ou é outro movimento?

Joselito da Nair, do Zé, do Rafael, de Ana Lúcia, de Tantas Gentes e de Jesus, O Emanuel