quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014

RABISCO DE NAÇÃO

 
Não tem nada a perder

tem mais não!

nada mais tem a fazer

perdição!
 

Não se foi e acabou

nem se fez

o que muito se falou

se desfez.

 
O que era pra sonhar

pesadelo

o que era pra organizar

desmantelo.

Era pra emancipar

excluiu

também era pra educar

só fingiu.

 
Meu Brasil, meu país!

um rabisco de nação

seus governos o assaltam

gestam a corrupção.

 
Era para proteger

abandonou

era para preservar

desmatou.

 
Também era pra prender

relaxou

o Brasil do futuro

o passado aprisionou.

 
Meu Brasil, meu país

dependura a chuteira

vai, liberta-se da mentira

com uma “benção” da capoeira!

 
Joselito da Nair, do Zé, do Rafael, de Ana Lúcia, de Tantas Gentes e de Jesus, O Emanuel. 

segunda-feira, 10 de fevereiro de 2014

NÃO VINDE A MIM AS CRIANCINHAS

Nas últimas semanas a questão da pedofilia tem sido bastante debatida em âmbito nacional e internacional. No Brasil, um prefeito da cidade de Coari, Amazonas, Adail Pinheiro, além de alguns assessores próximos, está sendo acusado de abusar sexualmente de crianças na cidade acima mencionada. Segundo reportagens

[...] ele é acusado de chefiar uma rede de exploração sexual de crianças e adolescentes no município localizado a 363 km de Manaus. Adail e outros seis foram denunciados pelo Ministério Público do Estado do Amazonas (MPE-AM) na sexta-feira (7), com pedido de prisão de seis acusados. (http://g1.globo.com/am/amazonas/noticia/2014/02/no-am-prefeito-preso-por-pedofilia-se-entrega-e-segue-para-batalhao-da-pm.html)

Do mesmo modo, Sérgio Belleza, autor de livros, em publicação no dia 05 de fevereiro de 2014, página 2, do jornal Correio, também denuncia o modo como nossa sociedade brasileira lida com essa monstruosidade. Segundo este autor

A sociedade brasileira está atônica, confusa, desacreditada, diante talvez do pior dos males, a exploração infantil, muito em voga, e mais presente ainda em tempo de férias, alegria, festa, de verão e turistas.

Vivemos entre o bem e o mal, o belo e o feio, e assim o homem vai exterminando a dignidade do próprio homem. Filhas de famílias desajustadas, crianças pobres, trocam sexo por dinheiro, por comida [...]

O número de meninas prostituídas é alarmante no Brasil, fala-se em mais de 120 mil meninas prostituídas. O Norte e Nordeste, Salvador e Recife ganham facilmente. O “pornoturismo” ou exploração infantil está presente, aniquilando definitivamente tudo de bom e bonito que uma criança possa vir a ter [...] (BELLEZA, 2014, p.2)

Turistas mal intencionados - muitos desses pensam que a maioria, senão todas, das mulheres brasileiras são prostitutas - padres pedófilos, leigos doentios, pastores e padrastos igualmente pedófilos, entre outros "lobos maus", formam uma rede maldita de predadores de inocentes, tecida,  inclusive, por olhos fechados e ouvidos tapados na sociedade, que pesca crianças a fim de devorá-las, comprometendo todas as suas existências e dando-lhes um testemunho concreto de que “o homem é o lobo do homem”. 

Todos nós temos nossas sombras, e o maior erro da humanidade foi não tê-las admitido. Pensamos, e até hoje, que o ser humano era apenas sapiens, contudo, ignoramos o demens. “Quando o povo não teme o terrível, então vem o grande terror” (Lao Tzu). Na Bíblia, Jesus só expulsa o demônio quando este diz o seu próprio nome. Nós temos dificuldade de pronunciar o nome do (s) demônio (s) que nos aflige (m), ou que também somos, e por isso a grande dificuldade de libertar-se dele (s). Observo algumas pessoas fingindo que “conheceu Jesus”, que “está com Jesus”, que “Jesus é a causa do seu sucesso” e que, a partir da data em que disse seu “sim” ao Senhor, passou da água pro vinho, como um milagre indolor.

Ora, penso que toda verdadeira conquista exige um desafio decente a ser superado. Exige uma longa travessia na qual o maior desafio, como diria Buda, não são os outros, nem as circunstâncias – dificuldades, perigos, obstáculos – mas nós mesmos. A travessia pode até não ser completada, mas o querer deve ser. Ou a gente faz porque adotamos que deve ser feito por valores que carregamos, ou fingimos a vida inteira com palavras que criamos para esconder verdadeiramente quem somos. Infelizmente vivemos numa cultura de fingimento. A travessia não é fácil. Para que a gente renasça de nós mesmos é preciso muita concentração, firmeza de propósitos e enfrentamentos. Eu tenho um poema que fiz e depois entreguei para a amiga Fátima, a partir do título de um livro de Pablo Neruda: “Para nascer, nasci.” Neste poema eu digo que estou renascendo, que as dores do meu parto, só eu que sinto. A travessia é um processo de gestação, de longa caminhada, de enfrentamentos difíceis com o nosso ser-sendo. E parir dói. Principalmente quando o nascituro somos nós mesmos. Principalmente quando o renascimento precisa, concomitantemente, de um ou mais abortos num processo dialético tenso e intenso.

É preciso ter muita coragem para encarar quem somos, despindo-nos das mentiras e ilusões que povoam o nosso ser. Alguns dizem até que as mentiras cumprem uma função de proteger-nos de nós mesmos, a fim de que possamos seguir com certo equilíbrio mental. Mas não acredito nas mentiras e na sua capacidade de nos proteger. Creio mesmo que as mentiras nos atrasam, nos enchem de ilusões, as vezes por toda a vida, nos embala na hipnose na qual somos "outro (a) mais", como se os demônios vivessem apenas nos (as) "outros (as) menos".

Voltando ao caso da pedofilia, o Arcebispo de São Salvador da Bahia e primaz do Brasil, Dom Murilo Krieger, escreveu, no último domingo, 9/2/2014, texto para o jornal A Tarde, intitulado “A ONU, as crianças e a Igreja”, referindo-se às acusações do Comitê sobre os Direitos da Criança das Nações Unidas. Krieger reconhece os casos cometidos por membros do clero, afirmando que tais atos

[...] são condenáveis e mais ainda quando envolvem menores de idade. Um só caso já seria suficiente para nos deixar tristes e decepcionados, pois é inimaginável o mal que um adulto causa a uma criança indefesa, quando a fere no mais profundo de sua dignidade e sensibilidade. (KRIEGER, 2014, p.A3)

Ainda segundo Krieger, a Igreja, através do Papa Bento XVI

[...] criou uma Comissão especial para acompanhar e dar uma resposta às diversas acusações que chegaram a seu conhecimento. O papa Francisco não só seguiu na mesma linha como, além disso, reforçou o papel dessa comissão. Quem quiser conhecer a atuação da Santa Sé sobre esse tema poderá se debruçar sobre os mais de 50 itens que estão no site do Vaticano (www.vatican.va) na coluna à esquerda: “Abusos de Menores. A resposta da Igreja.” (KRIEGER, 2014, p.A3)

Eu fiquei curioso e fui ler um dos comunicados, feito pelo Arcebispo de Freiburg im Breisgau, Dom Robert Zollistsch. Neste comunicado, ele diz que, acerca da igreja na Alemanha:
  • ·         O papa Bento XVI tomou conhecimento com grande tristeza e emoção dos casos de abuso sexual de crianças;
  • ·         Os bispos alemães estão profundamente transtornados pelos abusos que foram possíveis no ambiente eclesial;
  • ·         Foi feito um reiterado pedido de desculpas às vítimas;
  • ·         Os casos foram verificados há muitos anos;
  • ·         Garantiram às vítimas e seus parentes uma ajuda humana, terapêutica e pastoral;
  • ·         Reforçaram a prevenção, com aumento da vigilância.
Evidentemente não se pode julgar uma instituição pelo que alguns de seus membros fazem. Mas podemos avaliar criticamente as respostas que a instituição dá. No caso do documento acima, eu assisti numa reportagem de tv que o outrora bispo Ratzinger já tinha tomado conhecimento de casos de abuso, mas preferiu ocultar, “com grande tristeza e emoção”, suponho. Os bispos alemães profundamente transtornados, nunca vieram a público para expressar esse “transtorno coletivo" de parte do clero alemão. O pedido de desculpas às vítimas é só um passo das atitudes que a igreja deve tomar. A garantia às vítimas e seus parentes de uma ajuda humana, terapêutica e pastoral – a pastoral eles e elas, creio, devem evitar – soa como uma garantia de que elas fiquem em silêncio, afinal, a igreja afirma, através do documento de Dom Robert Zollistsch, que não denunciarão o clérigo acusado às autoridades judiciárias se a vítima assim o quiser: “Renunciaremos a fazê-lo unicamente em circunstâncias extraordinárias, por exemplo quando isto corresponder ao desejo expresso da vítima.” Que garantias teremos de que as vítimas não serão seduzidas a, “num ato de compaixão e misericórdia” – típico da Igreja Católica – não denunciar o acusado de pedofilia às autoridades judiciárias?

O fato dos casos ter sido verificado há muitos anos também é outro dado importante. O implícito do texto nos diz que podemos respirar aliviados, visto que não há mais casos de abuso sexual de crianças na Igreja. Foi no passado. Acabou. Passou. E isto associado às Normas Substanciais elaboradas pela Congregação para a Doutrina da Fé, que, no artigo 7.º afirma que:

§ 1. Salvaguardando o direito da Congregação para a Doutrina da Fé de derrogar à prescrição para cada um dos casos, a acção criminal relativa aos delitos reservados à Congregação para a Doutrina da Fé extingue-se por prescrição em vinte anos.

Como a maioria dos casos denunciados aconteceu há muitos anos, e, segundo eles, não acontece mais, tais delitos foram prescritos no âmbito eclesial. Pecado sem delito, crime sem castigo.

Em todas as leituras e reportagens que tenho assistido percebo que a Igreja saiu da defensiva e foi para a ofensiva diante das cobranças do Comitê da ONU, inclusive insinuando que o mesmo Comitê é suspeito, na tentativa de desqualificar o documento a partir da suspeição dos seus autores. Trechos abaixo do texto de Krieger (2014) evidenciam isso.

No relatório apresentado na última quarta-feira (05.02.214), o Comitê sobre os Direitos da Criança na ONU esqueceu, contudo, daquela advertência popular: “O sapateiro não deve ir além da sola!” É que, além de não levar em conta a maioria das recomendações de proteção à criança que já são defendidas pela Igreja, e de ignorar a maior parte do que está sendo feito pela Igreja, o Comitê foi além: julgou-se no direito de criticar vários pontos da doutrina católica, questionando sua visão sobre o aborto, a família, a complementaridade do homem e da mulher, o casamento homossexual, a contracepção etc. – enfim, sobre ensinamentos que, para a Igreja, não são negociáveis.

[...] Que direito tem um comitê, mesmo que da ONU, de querer se imiscuir em questões doutrinais ou morais de uma religião? Claro: o comitê em questão é formado por pessoas que têm suas próprias ideias, sua filosofia de vida e, também, suas ideologias. Quem desconhece a pressão que comitês como esse sofrem de ONGs internacionais? (KRIEGER, 2014, p. A3)

Krieger tenta, de fato, desqualificar as denúncias e exigências colocadas pelo Comitê, a partir da crítica ao contexto de descoberta – ou seja, o modo como seus autores e suas autoras elaboraram o documento e suas filiações políticas e ideológicas – deixando de lado o contexto da justificação. Krieger apela para a falácia genética, pois, nesta falácia, uma verdade deixa de ser verdade a partir do autor que a expressa ou elabora. Assim como os nazistas condenaram a teoria da relatividade porque seu autor era judeu, Krieger tenta desqualificar as denúncias e exigências contra a pedofilia no âmbito da Igreja Católica porque seus autores e suas autoras podem ter uma ligação com ONGs internacionais.

Segundo uma das reportagens

Um relatório sem precedentes do Comité para os Direitos da Criança, apresentado em Genebra, concluiu que os abusos foram “sistemáticos” e pede à Igreja Católica que entregue os seus arquivos sobre abusos sexuais para que todos os casos sejam conhecidos, “até os escondidos”.
Mais, é recomendado que a comissão criada no ano passado pelo Papa Francisco para investigar estes crimes avalie também, com precisão, a forma com a hierarquia da Igreja Católica lidou com os casos.
“O Comité está preocupado com o facto de a Santa Sé não reconhecer a extensão dos crimes cometidos, que não tenha dado os passos necessários para proteger as crianças e que tenha adoptado um comportamento e tomado decisões que levaram à continuação dos abusos e à impunidade dos predadores”, diz o documento apresentado em Genebra. (http://www.publico.pt/mundo/noticia/onu-exige-ao-vaticano-prisao-imediata-de-todos-os-padres-pedofilos-1622443)
Para as crianças e demais menores atingidos ficam o tratamento terapêutico e pastoral, a “ajuda humana”, o pedido de desculpas, etc. Mas sobre a identificação e a punição dos culpados, silêncio completo.

A Igreja recusa-se fazer a grande travessia que ela mesma propõe aos pecadores, aos outros. Está mais preocupada com a sua imagem ilusória de “santidade” do que reconhecer e corrigir seu caminho de pecadora. Mas é nesse processo que o seu demens cresce, ganha força, veste-se nas aparências de uma igreja que esconde os seus graves pecados embaixo do tapete, pois eles só apareceram quando não houve mais a possibilidade de ocultá-los. A preocupação do Comitê sobre os Direitos da Criança da ONU sobre os passos da Santa Sé têm sentido. Numa sociedade humana como a nossa que, por trás dos disfarces hipócritas que usa, crianças pagam com suas existências a impunidade de bestas humanas, estejam elas de bata ou de gravata. É preciso enfrentar a desumanidade que nasce do crime e de sua impunidade, é preciso reconhecer sinceramente os demens que coexistem conosco a fim de prevenirmos diante de seus futuros ataques aos inocentes desprotegidos do mundo, caso contrário, seria melhor admitirmos o nosso instinto de predador diante de presas desprotegidas nas savanas do mundo, pelo menos na selva a presa ainda tem a chance de escapar.  

P.S. Sugiro aos fervorosos católicos que participaram da caminhada em homenagem ao Senhor do Bonfim, desafiando uma tradição do povo africano em Salvador, que montem uma vigília, digo, vigilância, neste carnaval, a fim de identificar suspeitas de prostituição infantil, combatendo o "pornoturismo". Seria um pedido de desculpas mais concreto e aceitável.  

Joselito M. de Jesus,

BELLEZA, Sérgio. Salvador, verão, festa, turista e prostituição infantil. Correio. Salvador, p.2, 5/2/2014.
KRIEGER, D. Murilo S. R. A ONU, as crianças e a Igreja. A Tarde. Salvador, p. A3, 9/2/2014
SALMON, Wesley C. Lógica. 6. ed., Rio de Janeiro, RJ: Editora Guanabara S. A., 1987.
TZU, Lao. Tao-te king: o livro do sentido e da vida. 13. reimpr. São Paulo: Pensamento, 2006.

 http://www.vatican.va/resources/resources_presidente-conf-ep-tedesca_po.html

quarta-feira, 5 de fevereiro de 2014

JOÃO E KIM

João e Kim nasceram em 21 de junho de 1970, dia em que o Brasil ganhou a Copa do México. Os pais de Kim eram professores; os de João também. Kim sempre estudou em escola pública; João também. Kim ama futebol; João também. Kim é da classe média em seu país; João também. Os pais de Kim já se aposentaram; os de João também. Kim e João trabalham na mesma empresa, uma multinacional líder mundial em tecnologia. Kim é engenheiro e ganha R$ 7.100,00 por mês. João não chegou a terminar o ensino médio, ganha R$ 1.900,00 por mês. Kim trabalha na sede da multinacional e é chefe do chefe de João, que trabalha aqui no Brasil.

Onde os caminhos de Kim e João se separaram? A cegonha deixou Kim na Coreia do Sul, João no Brasil. Em 1960, a renda per capita na Coreia era metade da brasileira. Em 1970, eram parecidas. Hoje, na Coreia, ela é três vezes maior do que a nossa.

Como as vidas de centenas de milhões de Kims e Joãos tomaram destinos tão diferentes em poucas décadas? Educação, educação e educação.

O país dos Kims investiu no ensino público básico, de qualidade e acessível a todos. O governo coreano gasta quase seis vezes mais do que o brasileiro por aluno no ensino médio. Na Coreia, um professor de ensino médio ganha o dobro da renda média local; no Brasil, menos do que a renda média. Com isso, os Kims estão sempre entre os primeiros lugares nos exames internacionais de estudantes de ensino fundamental e médio – muitas vezes, em primeiro lugar. Os Joãos, melhor nem falar.

Só após garantirem uma boa formação básica e bom ensino técnico, os coreanos investiram em ensino universitário. Ainda assim, a Coreia tem três universidades entre as 70 melhores do mundo. O Brasil não tem nenhuma entre as 150 primeiras. Hoje, a Coreia do Sul, é, em todo o mundo, o país com maior percentual de jovens que chegam à universidade – mais de 70%, contra os 13% no Brasil. De quebra, o país do Kims forma oito vezes mais engenheiros do que nós em relação ao tamanho da população de cada um. Tudo isso com um detalhe: a Coreia gasta menos com cada universitário do que o Brasil, mas forma quatro vezes mais Ph.Ds. per capita do que nós.  

Para cada won gasto com a aposentadoria do pai de Kim, o governo coreano gasta 1,2 won com a escola do seu filho. No Brasil, para cada real gasto pelo governo com a aposentadoria do pai de João, ele gasta apenas R$ 0,10 com a escola do Joãozinho.

No ano que vem, os pais de Kim virão para a Copa do Mundo no Brasil. A mãe de João já tinha falecido, mas seu pai quis muito ir à Copa da Coreia e do Japão em 2002, mas não tinha dinheiro para isso. Há um ano, ele está fazendo uma poupancinha e ainda está esperançoso em ser sorteado para um dos ingressos com desconto para idosos para ver um jogo da Copa de 2014, nem que seja Coreia do Sul x Argélia. Como os ingressos com desconto para idosos são poucos e concorridos, as chances de seu João são baixas. Se conseguir quem sabe ele não se senta ao lado do Sr. e da Sra. Kim. Pena que seu João não teve a chance de estudar inglês. Eles poderiam conversar sobre os filhos.

Ricardo Amorim é economista, apresentador do programa “Manhattan Connection” da Globo News, e presidente da Ricam Consultoria.

Publicado na Revista Isto É, n.º 2301, 25/12/2013, página 114.