No jornal A Tarde de hoje o Editorial da página A3 intitulado "Olhar para o passado", apresenta a seguinte informação: "Cerca de 40% das maiores empresas brasileiras listadas na Bolsa de Valores de São Paulo estão muito endividadas, e mais da metade delas em estado 'crítico', com dificuldade de pagar dívidas que somam R$ 420 bilhões. Mesmo levando-se em conta a relativa alta carga tributária que temos - lembrando que proporcionalmente quem mais paga são os mais pobres - a informação acima remete à velha cantilena dos privatistas sobre a alegada incompetência do estado diante da eficiência da iniciativa privada. Assim, penso que os empresários paulistas não são tão eficientes quanto eles propagandeiam, nem a privatização é a saída para a melhoria da qualidade dos serviços públicos oferecidos pelo estado.
Ao produzir uma dívida de 420 bilhões de reais, 40% das maiores, repito, das maiores, empresas desse país, listadas na Bolsa de Valores de São Paulo, não devem ser assim tão competentes quanto afirmam. Que moral esses empresários têm para falar das dívidas do estado? Quando a dívida refere-se ao estado esses mesmos empresários de plantão, de modo arrogante e paulista, acusam o estado de sua incompetência e ineficiência, apontando para a privatização como única saída para a "salvação da nação tupiniquim".
Diferentes sentidos são produzidos por práticas discursivas que remetem ao estado como "pesado", "ineficiente" e "improdutivo", configurando um conjunto ideológico que pode levar milhares de pessoas a acreditar na balela de que os empresários são indivíduos e grupos que, apesar desse estado burocrático e tributador, trabalham com seriedade para produzir, sacrificando seu tempo para a família e os/as amigos/as a fim de aumentar a oferta de emprego e promover o bem-estar geral. É MENTIRA!!! O que identifico é um monte de sanguessugas do estado, que vive reclamando e pedindo benesses, que remete seus lucros para outras plagas e culpam o estado pela ineficiência que é do setor privado.
Ressalto aqui que me refiro aos “grandes” empresários/as. Há, de fato, pequenos empresários que seguram o setor produtivo, gerando emprego, renda e desenvolvimento. A maioria desses, acredito eu, estão de fora da minha crítica, requerendo reconhecimento pelo trabalho e dedicação.
Travamos a luta pela publicização do privado, cada vez mais ampla, enfrentando o processo político-econômico contrário: a privatização do público, conforme nos ensina Norberto Bobbio (1992). Um exemplo aqui na cidade soteropolitana da Bahia foi a aprovação da Lei do Uso e Ordenamento da Ocupação do Solo de Salvador, a LOUOS. Nesta, há uma luta permanente tanto pela privatização do público, quanto pela publicização do privado. Na aprovação do Plano Diretor para a cidade – a Lei 9069/2016, que dispõe sobre o Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano (PDDU) – o que eu ouvia e lia muito era o discurso de que a cidade precisava aprovar o seu marco regulatório legal para destravar o investimento. Ora, “destravar o investimento” significa concretamente abrir o caminho para a exploração da cidade pelo capital imobiliário. Os/As pedreiros/as, carpinteiros/as, serventes, ladrilheiros/as, pintores/as, eletricistas, entre outros/as, preparem-se para enriquecer com o seu trabalho. Veremos o espetáculo do crescimento da altura dos novos edifícios à borda da Orla Marítima de Salvador. A competência do setor privado passa pelo tráfico de influência nos gabinetes de decisão do estado, das câmaras de vereadores, assembleias legislativas e pelo Congresso Nacional.
Joselito M. de Jesus, professor do estado. Com o auxílio explícito de:
BOBBIO, Norberto. Estado, governo, sociedade. Para uma teoria geral da política. 4. ed. Tradução: Marco Aurélio Nogueira. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1992.
Diferentes sentidos são produzidos por práticas discursivas que remetem ao estado como "pesado", "ineficiente" e "improdutivo", configurando um conjunto ideológico que pode levar milhares de pessoas a acreditar na balela de que os empresários são indivíduos e grupos que, apesar desse estado burocrático e tributador, trabalham com seriedade para produzir, sacrificando seu tempo para a família e os/as amigos/as a fim de aumentar a oferta de emprego e promover o bem-estar geral. É MENTIRA!!! O que identifico é um monte de sanguessugas do estado, que vive reclamando e pedindo benesses, que remete seus lucros para outras plagas e culpam o estado pela ineficiência que é do setor privado.
Ressalto aqui que me refiro aos “grandes” empresários/as. Há, de fato, pequenos empresários que seguram o setor produtivo, gerando emprego, renda e desenvolvimento. A maioria desses, acredito eu, estão de fora da minha crítica, requerendo reconhecimento pelo trabalho e dedicação.
Travamos a luta pela publicização do privado, cada vez mais ampla, enfrentando o processo político-econômico contrário: a privatização do público, conforme nos ensina Norberto Bobbio (1992). Um exemplo aqui na cidade soteropolitana da Bahia foi a aprovação da Lei do Uso e Ordenamento da Ocupação do Solo de Salvador, a LOUOS. Nesta, há uma luta permanente tanto pela privatização do público, quanto pela publicização do privado. Na aprovação do Plano Diretor para a cidade – a Lei 9069/2016, que dispõe sobre o Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano (PDDU) – o que eu ouvia e lia muito era o discurso de que a cidade precisava aprovar o seu marco regulatório legal para destravar o investimento. Ora, “destravar o investimento” significa concretamente abrir o caminho para a exploração da cidade pelo capital imobiliário. Os/As pedreiros/as, carpinteiros/as, serventes, ladrilheiros/as, pintores/as, eletricistas, entre outros/as, preparem-se para enriquecer com o seu trabalho. Veremos o espetáculo do crescimento da altura dos novos edifícios à borda da Orla Marítima de Salvador. A competência do setor privado passa pelo tráfico de influência nos gabinetes de decisão do estado, das câmaras de vereadores, assembleias legislativas e pelo Congresso Nacional.
Joselito M. de Jesus, professor do estado. Com o auxílio explícito de:
BOBBIO, Norberto. Estado, governo, sociedade. Para uma teoria geral da política. 4. ed. Tradução: Marco Aurélio Nogueira. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1992.