sexta-feira, 9 de setembro de 2011

Abortos e ressurreições





Tudo começa desinteressadamente, com uma conversa com Saane. Dai..
Falaria não em mortos, mas em abortos. Quantos abortos não residem em meu ventre existencial? Quantos possíveis eu's não deixaram de ser fecundados em minha subjetividade cambiante? Quantas pessoas boas eu não poderia ter sido, quando o deixei? Por isso a maturidade (relativa, claro) nos convida para ressurreições de outros possíveis eu's que sucumbiram. E aí o sofrimento e a dor são, na verdade, momentos que precisamos para sentir as perdas e refletir sobre o que fizemos para causá-las. É Buda quem afirmou: "Nós travamos lutas contra mil exércitos, mas a maior luta que a gente trava é contra nós mesmos. Não é o outro que está forte e nos humilha, nos despreza e nos magoa. Somos nós, na verdade, que estamos frágeis e deixamos o outro nos desprezar, nos magoar, nos humilhar. Por isso estou na fase do espelho, olhando o meu reflexo e tentando enxergar a mim de fora, como um estranho, numa metareflexão que me conduzirá a mim mesmo. Recomendo, como educador que sou, que leia "Sidarta", de Herman Hesse.

Joselito da Nair, do Zé, do Rafael, de Ana Lúcia, de Tantas Gentes e de Jesus, O Emanuel

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