quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Homem-mercadoria

Gostaria de dizer:
Nada desejo
nesse momento.

Meu sentimento está gasto:
amei, sofri
assado, assim.
 
Cheguei a este enfim
de mundo,
de mim.

Meu coração está burocrático
de funcionário público
e privado

Magnético, eletrônico.
Eu não vivo.
Funciono.

Compro, pago, troco,
investigo os preços
tenho medo de inflação.
 
Sou parte dessa engrenagem
Sou homem-mercadoria
e vivo todo mês sagrado
confundindo minha vida
com o meu saldo.


Joselito da Nair, do Zé, do Rafael, de Ana Lúcia, de Tantas Gentes e de Jesus, O Emanuel

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