Metodologia é o estudo do método. Isto parte de pressupostos: Um deles é de que não há atividade educativa bem sucedida que não tenha desenvolvido um caminho para chegar a algum lugar. A prática educativa não pode ficar à deriva, sem ter clareza de onde, nem de como chegar a um lugar proposto. Em nosso caso, o lugar é apontado pelos objetivos traçados. Cabe então indagar: aprender o quê? Uma das respostas possíveis para essa pergunta seria, aprender a conhecer a importância da Psicologia da Educação e da Aprendizagem para obter aprofundamento teórico e para a orientação didática da prática educativa que conduza a maiores possibilidades de êxito em relação ao que ensinamos, ou seja, ao que queremos que o educando aprenda e apreenda. Por isso mesmo é preciso escolher métodos adequados, acompanhar suas implementações e avaliar suas eficácias para os educandos, modificando-os ou mesmo substituindo-os por outros, em função das características cognitivas e dos estilos de aprendizagem de cada educando ou grupo, bem como deve-se considerar as interações que são estabelecidas no acontecer do processo educativo, desencadeado pela disciplina.
O Curso em EaD, que tem suas disciplinas desenvolvidas no AVA (Ambiente Virtual de aprendizagem), exige uma metodologia compatível com as múltiplas interações que as interfaces do ambiente e suas múltiplas possibilidades insinuam e exigem. Precisamos, portanto, de uma metodologia que propicie interações de alta qualidade, recolhendo os saberes prévios dos educandos, levantando dúvidas, associando-os aos saberes a serem dominados no curso da disciplina Psicologia da Educação e da Aprendizagem e provocando o educando em sua subjetividade a buscar estabelecer os domínios do conhecimento dos objetos de estudos apresentados Metodologia é o estudo do método.
As interfaces disponibilizadas no AVA: o wiki, os fóruns de discussão, os chat’s, os livros, os relatórios e link’s diversos, pouco servirão se não houver, basicamente, duas coisas: a vontade do educando de aprender e a vontade do educador de fazer aprender (ensinar). Não se pode descartar também o papel da metodologia no fazer aprender, pois se se descuida de como o educando vai trilhar o caminho, este pode ficar deserto e o lobo mau pode estar por perto.
Uma abordagem interacionista é a mais propícia, visto que o conhecimento tem de ser percebido e acionado como um processo construtivo permanente, erigido através de indagações, dúvidas, incertezas e desconfortos cognitivos que potencializem o afeto e o sentimento do educando para desafiar o dado e reconstruir sobre ele de forma soberana, incorporando o conhecimento através de um processo de internalização criativa e crítica, a partir das interações que a força do seu investimento afetivo e cognitivo propiciará. Conceitos como interação e mediação serão fundamentais nessa escolha metodológica, necessitando um preparo inicial da tutoria a fim de afinar o discurso e unir as forças didáticas e pedagógicas em função dos objetivos estabelecidos, evitando, como diria Boaventura de Sousa Santos (2001), o desperdício da experiência.
Portanto, todas as atividades na disciplina a ser ministrada na modalidade à distância, devem se pautar no cuidado trato com as concepções iniciais dos educandos, ou, pelo menos, de algum grupo de educandos, favorecendo passagens, e não rupturas, entre o “já sabido” e o “a saber”, como ensinou o Mestre Paulo Freire. Essa escolha tem implicações importantíssimas para o ensino e a aprendizagem. Uma dessas exige que o material didático, em especial do módulo, deve ser apenas mais um meio, como a própria Coordenação de Material didático afirma em sua apresentação, e não um fim em si mesmo, como recurso privilegiado a ser adotado. Agindo assim, toda a metodologia proposta cai por terra, porque escraviza educador e educando a um modelo ultrapassado de promover o conhecimento, baseado na transmissão, assimilação, repetição do conhecimento tido como pronto e definitivo.