O cara que saiu anunciando a
boa nova da história humana, deve ter sido tomado de uma esperança concreta e
de uma alegria incomensurável que poucos seres humanos jamais tenham experimentado. Além
dele incluindo-se José, Maria, Seus pais e os poucos que adentravam aquele
advento, aquela espera original na história humana. Estava nascendo o ser mais
magnífico da aventura humana: Deus estava nos visitando em carne e osso!!!
E não era uma visita comum,
daquelas ligeiras nas quais a gente chega e toma apenas um cafezinho e retorna. Na
verdade não era nem uma visita propriamente. Era uma missão especial. Uma
missão de resgate, de perdão, de justiça, de compaixão e de amor, sobretudo de
amor. Nós, que mesmo na contemporaneidade, parecemos sucumbir em nossas
mazelas, em nossos atrasos, enfim, em nossas “desgracenças”, sonhamos com um mundo diferente, que parece cada vez mais distante do Reino de Deus. É exatamente por isso que precisamos de muita fé, de muita força, da simbolização forte do céu sobre nossa história. Deus chega como uma criança e dá início a toda uma pedagogia encarnada na história, no contexto de produção de significados das mulheres e dos homens do seu tempo e do seu lugar, para fazer entender o fabuloso e o sublime, a mística do céu, através da cultura humana, localizada geograficamente.
Eu fico imaginando a
sensação de João Batista nesse contexto. Estava chegando, na verdade nascendo,
a pessoa que iria mudar para sempre a história do mundo, que daria A Chance de
escolhermos o caminho a seguir dali para frente. Um caminho da fraternidade, da
reconciliação com Deus, com os seres humanos e com a natureza e o outro, o
caminho de sempre, do atropelo de tudo o que impede os nossos interesses mesquinhos de serem realizados. João deve ter sido tomado de uma alegria
única, uma felicidade real que se concretizava em seu tempo. Uma luz começou a
brilhar intensamente desde o nosso humilde planeta. A Grande Vida acendia o seu
fulgor bem aqui. E o melhor: a partir dos mais humildes e dos esquecidos pela
sociedade. Todos aqueles que sofriam a amargura do esquecimento e do abandono, todos aqueles e todas aquelas que eram esmagados por um sistema "politiqueiramente" religioso de silenciar, de excluir e de punir, começaram a ver seus sonhos concretizados num Deus que abre mão de seu poder infinito e se oferece como cordeiro para ser sacrificado em nome de coisas valorizadas nas palavras e desvalorizadas na ação: amor, e obediência. E João envolveu-se nessa aventura com paixão. Imitou Deus. Andava simplesmente e
suas palavras e ações preparavam o terreno para Aquele Maior que estava
chegando, não triunfalmente, como um poderoso rei, mas como um simples ser humano
que nasce numa manjedoura, fugindo da espada infanticida de Herodes.
João Batista, como te admiro e te
invejo. Você mesmo se entregou. Coerentemente deu a vida em nome de seus valores e sua fé. Deve ter sido a alegria de viver num tempo em que
a renovação de tudo chegou à história. E hoje essa luz, simbolicamente, está
prestes a brilhar com mais intensidade na vida de todos e de cada pessoa em
particular. Por mais escuridão, incerteza e insanidade que a gente perceba no
mundo contemporâneo, sei, com João Batista, que Deus não nos abandonou. E “Eis
que faço nova todas as coisas”!!!
No novo mundo os humilhados
serão exaltados; o juízo será guiado pela leveza, porque o fardo Dele é leve e
seu jugo é suave. E nem a morte será mais motivo de desesperança, porque a
ressurreição é chegada com a presença magnífica e milagrosa da Vida. E João Batista acreditou nisso tudo e muito mais com antecedência. E João viveu essa alegria
de ver a humanidade ter a possibilidade de mudar, para sempre, o seu destino
rumo à vida, à justiça e ao amor. Viva São João!!! Mesmo que seja em pleno
Natal.
Joselito de São João e do
Menino que nasceu pra todas as gentes.
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