O atual presidente da
Comissão de Direitos Desumanos e “minorias” da Câmara de Deputados do Congresso
dito “Nacional”, deputado federal Marco Feliciano (PSC-SP), representa, de
fato, esse congresso – em minúsculo mesmo – que aí se encontra. Esse congresso
está repleto de gente sem escrúpulos, que assalta o patrimônio público em busca
de enriquecimento ilícito a qualquer preço. Muitos estão envolvidos em formação
de quadrilha, peculato, fraude em licitações e outros tantos sinistros ligados
ao crime, tal como o líder do governo no senado, Eduardo Braga.
Um líder do governo. Líder
do governo, repito. Líder de um governo desse país. “Que país é esse?” Repito a
pergunta do outrora e inquisitivo Legião Urbana. Marco Feliciano é só a ponta
do iceberg. Um iceberg que o titanic brasil finge não ver, porque nossa
república é quase uma quadrilha só. Aqui a máfia italiana não teria chance. Só se ela
formasse um partido e fizesse acordos de exploração de áreas exclusivas do crime
organizado. Assim como as áreas de exploração do petróleo estão sendo “licitadas”.
A gente mira Feliciano, mas deveríamos mirar mais acima. Deveríamos fazer uma
greve geral contra a corrupção, contra a impunidade e contra o cinismo. Os
mensaleiros, os anões do orçamento, os ladrões de todos os tempos estão soltos
história afora, reelegendo-se Brasil adentro. A nossa lei sempre beneficiou o capital e os crimes financiados
sempre foram afiançáveis. Tem algum (a) mensaleiro (a) preso? Não. As cadeias aqui são desconfortáveis para eles e elas.
Creio que, antes de qualquer
coisa, nós, denominados genericamente de povo brasileiro, devemos reconhecer
esse país de merda. Esse país que finge ter uma educação de qualidade, que
finge oferecer serviços públicos educacionais, de saúde, de segurança e de infraestrutura
de qualidade, que finge, esfinge que não pergunta, porque já sabe a resposta e
que, portanto, não devora. Contudo, entretanto, todavia, Feliciano devora suas
presas ávidas por milagres. Mulheres e homens que pensam que compram deus e seu
pacote de bondades em cheques, cartões de crédito – que sem senha não chega a
deus – dinheiro em espécie, numa espécie de negociata celestial e,
paradoxalmente, bestial. De bestas e de besteiras os pastores fajutos desembestam suas
contas e aumentam seus privilégios. E um monte de tolos, com uma capacidade
crítica próxima a zero, alimentam suas contas dia a dia.
É preciso que os evangélicos
que se respeitam manifestem o seu desagrado com tanto estelionato, cinismo e
fingimento de falsos pastores que conduzem suas "ovelhas" para o mundo da alienação e da miserabilidade humana.
É passada a hora da criação de um movimento evangélico que separe o joio do
trigo, posicionando-se a favor da verdade, da justiça e do amor. Um movimento
evangélico e cristão que retire o dinheiro da mediação com Deus e reafirme e
enalteça os valores cristãos, retomando a fé baseada nestes valores. O que não se pode é, em nome de uma falsa e
deturpada “unidade evangélica”, como se todos os gatos fossem pardos, imperar o silêncio conivente. Ou será
que os evangélicos podem julgar o “mundo” e o “mundo” não pode avaliar a
conduta evangélica? É preciso que pastores e fiéis reafirmem a sua fé num
momento crítico, em que os evangélicos de verdade, que não vivem do “dízimo” alheio, devem pronunciar a sua indignação. É preciso que levantem a voz na tribuna para combaterem os canalhas que se aproveitam da
inocência e da loucura alheia. Alguém precisa falar!!
Na verdade, tudo é mundo. Não existe um mundo lá fora, da tentação. Mundo é tudo aquilo que foi criado pelo ser humano em sociedade. Portanto,
evangélicos e suas inúmeras agremiações, budistas, católicos, candomblezeiros, etc.,
são mundo, não podendo escapar dele e de seus efeitos, nem podendo escapar dos efeitos que produzem na grande rede interativa que é o mundo. Estão inevitavelmente
entrelaçados pela história, não podendo fingir que não há nada de grave
acontecendo e que não os envolve. E, sendo mundo, não devem emudecer diante de
tanta canalhice de falsos evangélicos como o "pastor alemão" (que reflete o projeto nazista) disfarçado de ovelha,
Feliciano não sei das quantas, um racista, homofóbico e charlatão – quando eu
vejo homofobia começo a desconfiar que o pitbul que vocifera no público tem
outro comportamento no privado –. O diabo avança Congresso adentro.
Joselito Manoel de Jesus
Adorei o artigo, professor. Realmente, precisamos ser mais críticos e estar mais atentos a esta corja que está acostumada a vendar e, de certo modo, a amordaçar aqueles que, infelizmente, compõem uma maioria que prima pelo pensamento simplório, tendo as religiões ora como âncora, ora como espada.
ResponderExcluirÉ isso jovem. Eu sei que já existem muitos evangélicos revoltados com esses acontecimentos horrendos. Mas é preciso que eles e elas se pronunciem na arena discursiva. Há o silêncio, que é salutar e necessário para que a palavra seja bem dita e há, como você denuncia, o silenciamento, que é a interdição da palavra pelos homens e mulheres que "exercem seus podres poderes."
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