terça-feira, 10 de novembro de 2015

FELICIDADE QUANDO A GENTE QUER AMAR

“Felicidade é uma cidade pequenina, é uma casinha, uma colina, qualquer lugar que se ilumina, quando a gente quer amar.”

Gosto dessa música, desse poema musicalizado. Seu título é “Pão e Poesia”, do grande, grande Moraes Moreira, que deveria ganhar um Nobel da música apenas por esta. Eu não consigo... Nem que esse meu texto “vá pras cucuias” da sua paciência, pois vou fazer uma relação outra, tenho de colocar a letra toda desse homem inteligentíssimo e profundamente sensível!
Felicidade é uma cidade pequenina
é uma casinha é uma colina
qualquer lugar que se ilumina
quando a gente quer amar

Se a vida fosse trabalhar nessa oficina
fazer menino ou menina, edifício e maracá
virtude e vício, liberdade e precipício
fazer pão, fazer comício, fazer gol e namorar

Se a vida fosse o meu desejo
dar um beijo em teu sorriso, sem cansaço
e o portão do paraíso é teu abraço
quando a fábrica apitar

Felicidade é uma cidade pequenina
é uma casinha é uma colina
qualquer lugar que se ilumina
quando a gente quer amar

Numa paisagem entre o pão e a poesia
entre o quero e o não queria
entre a terra e o luar
não é na guerra, nem saudade nem futuro
é o amor no pé do muro sem ninguém policiar

É a faculdade de sonhar é uma poesia
que principia quando eu paro de pensar
pensar na luta desigual, na força bruta, meu amor
que te maltrata entre o almoço e o jantar

Felicidade é uma cidade pequenina
é uma casinha é uma colina
qualquer lugar que se ilumina
quando a gente quer amar

O lindo espaço entre a fruta e o caroço
quando explode é um alvoroço
que distrai o teu olhar
é a natureza onde eu pareço metade
da tua mesma vontade
escondida em outro olhar

E como o doce não esconde a tamarinda
essa beleza só finda
quando a outra começar
vai ser bem feito nosso amor daquele jeito
nesse dia é feriado não precisa trabalhar

Pra não dizer que eu não falei da fantasia
que acaricia o pensamento popular
o amor que fica entre a fala e a tua boca
nem a palavra mais louca, consegue significar: felicidade

Felicidade é uma cidade pequenina
é uma casinha é uma colina
qualquer lugar que se ilumina
quando a gente quer amar

A felicidade, muita gente busca, e muita gente diz que é para poucos. Não concordo com essa medíocre ideia. A felicidade, meu/minha nobre, não é fruto da sorte. A gente, segundo Moraes Moreira, tem uma grande participação nela. “Quando a gente quer amar”, meu/minha camarada, qualquer lugar se ilumina. Felicidade não depende só de dinheiro, felicidade não depende só de boniteza, dessa fabricada por tv’s para idiotas. Felicidade, muitas vezes, é uma rapidinha ofegante encostada num muro, como eu já fiz em minha alegria e ousadia juvenil. Fui e sou feliz muitas vezes, pequenas e fugazes/eternas felicidades.

Se você estuda a felicidade aumenta! Sabe porque? Porque você pode começar a ficar mais sensível com a literatura, com a poesia, com a inteligência alheia. Eu fico muito! Quando você perdoa sua felicidade aumenta! Quando você age corretamente sua felicidade aumenta! Quando você tem coragem de defender quem é injustiçado sua felicidade aumenta! Quando você grita que "o rei está nú", sua felicidade aumenta! Muita coisa de felicidade mora em seu interior na relação que você estabelece com seu exterior. E você pensa que a felicidade está no improvável acontecimento que um dia vai te encontrar numa loteria? 

Não se pode pensar na “grande e definitiva felicidade”. Ela não existe neste planeta. Final de novela e de filme de cinema é coisa de bobos, que, claro, eu também dou uma de bobo as vezes. E ainda choro. Mas sei que aquilo é um exercício de loucura. Como diria Rubem Alves, é preciso acreditar, naquelas duas horas do filme, que seu final é “verdadeiro”, para poder se divertir. Mas, sabemos, não há um final feliz com todas as cenas cronometradas para dar certo com casamentos, gravidezes, perdões, reencontros, etc. Huuummmm. Pode existir felicidade na morte? Creio que sim. Quero morrer na maior felicidade, inclusive dando umas bananas pra uns sacanas que vierem me visitar para se certificarem que morri mesmo, inclusive para fazerem cena pra “sociedade”. Mesmo não sabendo pra onde vou, vou sorrir feito menino mandando-os (as) “pros quintos do inferno”. Réréré. (E não me venham demover de minhas más intenções)!

A grande felicidade não vem meu/minha bom/boa amigo (a)! Desculpe lhe decepcionar. Em compensação lhe direi que pequenas felicidades cotidianas estão aí pra você. Mas se você não perceber que pequenas felicidades estão ao redor do seu dia a dia, vou utilizar jocosamente de um enunciado dos filósofos do “É o Tchan”: –“Toma distraído (a)!” e ainda vou acrescentar: – “Sabe de nada inocente!” Caso você seja mesquinho e esteja esperando a “grande felicidade” porque você é especial, mais especial que todo mundo, porque seus “inimigos” irão ficar embasbacados com a sua “vitória”. Eu posso lhe assegurar: você é um (a) tolo (a). E assim permanecerá enquanto não perceber que poderá amar as pessoas à sua volta, todos os dias e, assim, de felicidade em felicidade, iluminar sua existência na iluminação da existência alheia.

Joselito da Nair Dórea, do José Manoel, do Rafael Araújo, da Ana Lúcia Gomes, de Você, que me lê, de Tanta Gente Boa, e de Jesus, o Emanuel, Senhor Maior que me guia.  

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