Não me tire a palavra
Não me cale
Não me mate
Dê-me licença?
Eu trago mundos
na ponta da língua
mundos que vivo
que sofro
que sinto
que xingo
que amo
em cada expressão proferida.
Enuncio meus mundos
perfeitos, imperfeitos
falo do céu, do mal
do bem, do livre-arbítrio
do caos.
Falo da corrupção, da guerra
do desmatamento, da terra.
Sofro o Brasil,
a Bahia, Salvador...
sofro o mundo global.
Tenho medo desse mundo
medonho, tristonho
cenário do mal
Xingo o cinismo,
a mentira,
o “caralho”.
Amo o tesão, a paixão,
o viver.
É preciso dizer pra viver
preciso pronunciar o mundo
e sua existência
para existir de verdade.
Não me cale com o seu doutorado
com seu diploma imprestável
com sua arma qualquer.
Não me arranque a palavra
minha língua, minha alma.
Joselito M. de Jesus
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