Amanhece sempre
fora da gente
Auroras, faunas
e floras
Trago noites comigo,
noites minhas
repetidas sistematicamente
como um mantra ao revés.
Fico nessas noites
assombrando-me
esperando-me
amanhecer.
Pego-me insone
nessas noites
de nomes bem conhecidos.
Finjo saber o que quero
mas não alcanço-me,
não desperto desse sonho
tão pesado, mascarado,
pesadelo.
Quero acordar!
Quero amanhecer dentro de mim
deixar a noite partir
para o seu devido lugar.
Quero o crepúsculo de mim
após a tão desejada aurora.
Não importa se quando
eu acordar
faça noite lá fora:
a manhã dentro de mim
faz qualquer noite sem fim
virar uma bela e nua aurora.
Quero hoje!
Não importa se quando
eu acordar
faça noite lá fora:
a manhã dentro de mim
faz qualquer noite sem fim
virar uma bela e nua aurora.
Quero hoje!
O melhor do agora
na hora certa de ser
minha vida precisa
acordar no amanhecer.
Joselito da Nair, do Zé, do Rafael, de Ana Lúcia, de Tantas Gentes e de Jesus, O Emanuel
Que lindoo, professor...
ResponderExcluirLinda é a sua sensibilidade que percebe as auroras e crepúsculos dessa poesia, porque se identifica com os ditos e os não-ditos presentes; porque se sente chamada à pronúncia, tocada pela palavra que a envolve e a perturba; porque amanhece e entardece seguindo o seu próprio tempo em busca de, quem sabe, mais beleza, mais poesia, mais sentimento.
ResponderExcluirUm abraço afetuoso: Professor
Vc é inteiramente poesia... A sua sensibilidade aguça a minha! Admiro-te!
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