As
greves estão acontecendo independente dos sindicatos, cujos líderes não mais
representam os interesses das categorias que dizem representar. As greves dos
motoristas de diferentes estados e municípios são mais um indício da falência das
instituições, demonstrando, de modo ainda não muito claro, como a
representatividade não está mais associada a um sindicato ou associação, mas à
capacidade de mobilizar as categorias rumo às lutas pelas conquistas básicas
das mesmas.
Rui
Oliveira não representa mais ninguém, senão ele mesmo e seus interesses
individualistas. Jota Carlos, e seus apaniguados, do mesmo modo, não representa
interesse algum dos rodoviários da Bahia. Depois que o tesoureiro, Colombiano e
sua esposa, foi assassinado e ninguém do sindicato se pronunciou com veemência,
comecei a sentir cheiro de queimado naquela instituição. Não sei se a greve dos
rodoviários é justa, mas é justo romper com um sindicalista que se tranca numa
sala com representantes do Sindicato Patronal e com a Prefeitura, fechando
acordos sem a convocação da assembleia da categoria.
Foi vergonhoso ver Hélio
[Ferreira] saindo rodeado de seguranças para dentro do carro, sem dar
satisfação. Soubemos do acordo que foi feito sem termos aceito pela imprensa”,
conta Carlos Alberto, da Barramar [empresa de transporte coletivo urbano de
Salvador]. (CORREIO, 2014, p.31)
Esses falsos
representantes traem os interesses de sua categoria em função, claro, de
benesses que recebem do poder político institucional. De modo geral há uma
crise de credibilidade na justiça, na polícia, no sistema educacional, no
sistema de saúde e no governo. É bom lembrar da greve recente da APLB em que professores e professoras, fizeram-na acontecer a contragosto de Rui Oliveira e seus apaniguados. As propagandas mentirosas não conseguem mais
enganar tanta gente durante tanto tempo. Mas a esperança não acaba. Ainda bem que
essa realidade tosca produz seu antídoto: mulheres e homens sérios, honestos
tais como o Desembargador Eserval Rocha, Presidente do Tribunal de Justiça da
Bahia; Rita Tourinho, do Ministério Público do Estado da Bahia, entre outros e
outras autoridades decentes que atuam no sentido de resgatar a decência e o
pudor no trato da coisa pública. A própria Igreja Católica, vendo-se enredada
pelo mal crescente em seu seio, produziu o Papa Francisco, que vem mostrando
claramente sua bondosa, segura, ativa e firme liderança no enfrentamento de
questões difíceis que o poder político e econômico da Igreja não queria
enfrentar, ou mesmo se beneficiava do silêncio funesto que alimenta a corrupção
e a indecência em seu seio.
Sinceramente, a
polícia também passa uma visão muito negativa, algumas vezes associada ao crime
e ao desrespeito às pessoas simples que vivem em favelas e bairros populares. O
Governo Wagner tornou-se refém do aparelho repressor do estado. Outra coisa
grave são os linchamentos. Significam isso mesmo: faliu a polícia, faliu a
justiça, faliu o estado. O caos e a barbárie estão a um passo. Boaventura de
Sousa Santos fala na divisão contemporânea entre zonas bárbaras e zonas
civilizadas dentro de uma mesma cidade. Mas aqui em Salvador as zonas
civilizadas não mais existem. É o setor privado que está atuando mais que o
estado. Em minha rua pagamos seguranças que ficam de carro e motos circulando 24
horas. Todos os condomínios pagam. Eu, em relação aos serviços públicos, não
preciso do estado. Pago plano de saúde, pago pedágio, pago segurança privada,
pago colégio particular, e, mais que tudo isso junto: pago impostos e sustento a burocracia mais burra do planeta. Estamos muito
próximos da França do século XVIII. “Antonieta” que se cuide! Vamos começar a guilhotinar agora em outubro,
nas eleições, pois os líderes sindicais começam a perder suas cabeças vendidas a preços módicos contra suas categorias profissionais. "O carro de Jagrená" perdeu o controle ladeira abaixo.
Joselito M. de Jesus
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