domingo, 29 de novembro de 2009

Católica

Este lampejo de melancolia
que me queda nesta alforria
vem num repente
nessa corrente
na travessia

A alma encolhe olha o avesso
Os pobres, os negros estão lá fora
Detrás dos muros dessa "Católica"
Conversas fora
jogam aqui dentro
conversas estranhas
pro meu lamento

Eu não entendo essa linguagem
sou estrangeiro
não tenho dinheiro
sou da periferia.
E lá também sou estranho.
O pouco que eu ganho
eu deixo aqui
por que do contrário
o avesso do muro
sobra pra mim.

Autoria: Joselito da Nair, do Zé, do Rafael, de Tantas Gentes e de Jesus, O Emanuel

2 comentários:

  1. Eu não escrevo o poema. O poema se increve em mim. Ele vem, depois de uma longa e silenciosa maturação no milagre do meu ser. Este poema foi escrito num momento de melancolia, de vazio, de perda de sentido momentâneo. A tristeza é o campo propício para a poesia revelar-se na palavra escrita.

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  2. Referia-me à Universidade Católica do Salvador, lá pela década de 90 do século passado.

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joselitojoze@gmail.com