domingo, 17 de janeiro de 2010

Eu não cheiro cocaína!

Cheiro sua roupa,
seu cabelo, sua nuca.
E seu cheiro na cama
meu nariz encontra
enquanto ressona.

Não me venha com cheiro-mole
de dizer que te esqueci.
O seu aroma me engole
gola a gola
manga a manga
e no vestido de cetim.

Eu gosto mais do seu cheiro
no tecido de algodão,
naquele camisolão surrado
que fica comigo deitado
depois que você sai
deixando uma fragância
perfumada pela casa.


Eu gosto do olor
da saia
e debaixo do suspiro
daquele cheiro supremo
do gozo,
que de tanto,
admiro.

Com seu cheiro na memória
esse amor animal
não tem nada de mal,
deixar de ser humano,
racional.

O bom é esse amor puro,
que te acha sem olhos,
sem tatos,
em qualquer lugar escuro
que te encontra no cheiro,
no cheio das minhas narinas,
minha memória perfumada
de você.


Memória mais rude
mais verdadeira,
matriz que traz inteira
minha amada,
sua pele suada,
e os cheiros que marcam
nosso supremo deleite.

Eu não cheiro cocaína!
cheiro sua pele fina
e macia
e amo nosso romance
pelas fragâncias
que dele emana,
deixando sua presença etérea
por mais tempo
em nosso apartamento.

Autoria: Joselito da Nair, do Zé, do Rafael, de Ana Lúcia, de Tantas Gentes e de Jesus, O Emanuel

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