Hoje é dia de sol.
De solidão, de melancolia
dia de tristeza florescendo
no quarto, na sala,
no banheiro e na cozinha
no quarto, na sala,
no banheiro e na cozinha
Hoje é dia de sol
Hoje é uma data amarela,
dia de evitar a rua
e a janela
e a janela
.
Hoje estava queimando meu dia
Hoje estava queimando meu dia
a cama estava queimando
minha memória ardia.
Havia fogo em minha cabeça
e em meu pulmão
soltava fogo nas ventas
eu me sentia um dragão.
Hoje é dia de sol.
Hoje é dia de sol.
Ardendo nas costas de um retirante
tem uma vida errante
marcando o trajeto histórico
em paus-de-arara
em paus de polícia
em paus de favela.
Hoje é dia de sol
de camada de ozônio rasgada
pele rachando
terra de caatinga quebrada
vidas deixadas à margem da estrada.
Hoje é dia de sol
de lágrimas ferventes
queimando o rosto
de uma alma marcada.
Joselito da Nair, do Zé, do Rafael, de Ana Lúcia, de Tantas Gentes e de Jesus, O Emanuel.
rapaz, senti o calor da sua poesia!!! essa poesia n deve nada à obra "Vias Secas" de Graciliano... E não é bajulação n! eh a sensação de estar numa terra seca e com gente buscando negociar com o sofrimento... a mesma sensação tive ao ler a obra de Graciliano! Parabéns, zelito! abraço.
ResponderExcluirTá fervendo Tico. Tudo arde,tanto no corpo quanto na alma.
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