segunda-feira, 26 de abril de 2010

Teorema Dialógico de Pitágoras

O quadrado da hipotenusa
"se achava" no triângulo retângulo:
dava ordens e a última palavra.
Os catetos desunidos
não sabiam de Paulo Freire e de Pitágoras
nem do teorema deste último.

O cateto oposto não gostava
de sua posição no triângulo
que nada tinha de amoroso.
Não havia espaço
pra ciúmes
nem para crime passional.

Uma idéia imperava liberal
naquelas relações trigonométricas.
O cateto adjacente se sentia
sufocado e pressionado
pela chata hipotenusa
e queria se tornar
um segmento de reta
seguindo de apenas um ponto de vista
a menor distância entre dois pontos.

Os catetos rejeitavam seus quadrados
e queriam ser talvez
um diâmetro ou um raio
de um círculo qualquer.
Queriam sair daquele triângulo vicioso
e quebrar os 180 graus
daquela relação tão aguda e obtusa.

Os catetos desejavam ardentemente
outra forma geométrica.
queriam mandar a hipotenusa
pra diagonal que a pariu

Um dia conversaram sobre os lados
de sua existência geométrica
e descobriram lado a lado
o valor de seus quadrados.
Criaram umas idéias marxistas
e construíram,
 num ponto crucial da equação,
suas consciências de sua função
Efe de Xis - f(x)
na história de sua área,
e de sua relações no espaço
geométrico do triângulo retângulo.

Desse dia em diante
juntaram os seus dados
num novo sistema interpretativo
e fundaram o teorema
em suas vidas de pitágoras
num processo dialógico.

Dessa teoria em diante
suas práticas tornaram-se reflexivas.
A partir desse instante
a soma dos quadrados dos catetos
no triângulo de um ângulo de 90
é igual e merece o mesmo respeito
que a tirana e orgulhosa hipotenusa.


Autoria: Joselito da Nair, do Zé, do Rafael, de Ana Lúcia, de Tantas Gentes e de Jesus, O Emanuel.

Um comentário:

  1. Tem uma poesia parecida, recitada em um pequeno trecho, há muitos anos atrás, pelo professor de Filosofia de Educação, Georgehocoama, que inspirou a elaboração deste poema

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