sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

OS GOVERNOS MAIS MAL EDUCADOS DO BRASIL: JACQUES WAGNER E JOÃO HENRIQUE


Informação divulgada no grupo de Macaúbas, grupo do qual faço parte, afirma que o Governo da Bahia é o que menos investe em Educação básica. Vou utilizar em sala de aula para reflexões, já que eu também ensino Políticas Educacionais. Isso a gente percebe nos hábitos, atitudes e comportamentos das pessoas. Por exemplo: quando você chega na Rodoviária de Salvador, lá pelas cinco horas da manhã, sem aquele movimento de pessoas e automóveis, percebe o quanto aquela "região" está suja e fedorenta. A Rodoviária de uma cidade deveria ser um lugar bem bonito, aprazível ao olhar, cartão de visitas de uma cidade. Mas os prefeitos não percebem isso. Já dizia o ditado popular: a 1.ª impressão é a que fica. E se assim o é, fico com a má impressão de Salvador, cidade suja, cheia de papelões, plásticos voando, "esgotões", lonas velhas formando uma espécie de favela peculiar na passarela que dá acesso ao Iguatemi. (não vou nem falar da Estação Iguatemi, é covardia). Na música "A Banda" Chico Buarque nos avisa que a lua que viva escondida surgiu e a rosa que vivia fechada se abriu e a cidade toda se enfeitou pra ver a Banda passar cantando coisas de amor... Ora, A banda é a metáfora de um projeto que une a todos num movimento educativo permanente, festivo, convidativo. A "cidade toda" se enfeita, porque onde existem pessoas educadas, há atitudes, hábitos e comportamentos voltados para a preservação do bem público; onde vivem pessoas educadas a rosa se abre porque as pessoas cuidam dos seus jardins e praças; onde existem pessoas educadas há sensibilidade, e, as pessoas contemplam a beleza ao seu redor e se aprazem com o belo, percebendo, inclusive, a lua e seu prateado, pois "não há ó gente, ó não, luar como esse sertão”.

Mas o governo da Bahia participa dessa sujeira quando não garante os recursos e os projetos voltados para essa educação do cidadão no espaço público, não somente as crianças, mas de todos os indivíduos. Nesse estado baiano de coisas os professores ganham um salário indecente e são tratados por prefeituras, órgãos do Estado, secretários e secretárias de educação, de finanças e de planejamento, e até pelos Programas de formação de professores da PAFOR da Universidade do Estado da Bahia, como profissionais de segunda classe. O que se economiza com educação agora se gasta com limpeza urbana, saúde pública, dragagem de rios, despoluição das águas, reforma de parques e jardins, entre tantas outras ações visando, inutilmente, sanar as consequências de hábitos, atitudes e comportamentos de gente mal educada.

Segundo o relatório:

A Bahia é o estado da federação com o menor investimento público por aluno da educação básica ao ano: R$ 1.766,94. Paraíba e Amazonas aparecem em seguida, com R$ 1.802,39 e R$ 1.868,07, respectivamente. Na outra ponta, o Distrito Federal é a unidade da Federação com o maior investimento: R$ 4.834,43, seguido por Roraima, com R$ 4.365,37 gastos anualmente, por estudante. Os dados fazem parte do relatório do movimento Todos pela Educação, divulgado nesta quarta-feira, 1º. A entidade criou cinco metas de acesso e qualidade da educação no Brasil e acompanha os resultados periodicamente.

A meta cinco refere-se justamente ao investimento público na educação básica. A entidade defende que o país invista 5% do Produto Interno Bruto (PIB) na área, patamar que deve ser atingido ainda este anomantido até 2022. Os dados mostram que em 2009 o país aplicou 4,3% do PIB no setor. O relatório aponta que, mantido o ritmo de crescimento dos últimos anos, o percentual não será atingido. O estudo também traz análises sobre o acesso da população de 4 a 17 anos à escola, a alfabetização das crianças até 8 anos de idade, o aprendizado adequado dos alunos por série e a conclusão do ensino médio até 19 anos.

De acordo com a análise, o gasto educacional por aluno não tem relação com a região do país ou com a renda média da população do estado. Os recursos públicos investidos em cada estudante cresceram nos últimos anos, mas ainda variam muito de acordo com a unidade da federação: 12 estados investem menos do que a média nacional – R$ 2.948 ao ano por aluno.

Confira abaixo os valores por estado:

Estado Valor investido por aluno/ano


1. Distrito Federal R$ 4.834,43
2. Roraima R$ 4.365,37
3. Amapá R$ 3.729,39
4. Espírito Santo R$ 3.687,37
5. Mato Grosso do Sul R$ 3.481,96
6. Acre R$ 3.269,33
7. Sergipe R$ 3.111,59
8. Tocantins R$ 2.946,82
9. São Paulo R$ 2.930,56
10. Rio de Janeiro R$ 2.773,33
11. Ceará R$ 2.759,14
12. Goiás R$ 2.691,80
13. Mato Grosso R$ 2.510,95
14. Minas Gerais R$ 2.445,80
15. Rondônia R$ 2.410,95
16. Rio Grande do Sul R$ 2.369,02
17. Paraná R$ 2.301,10
18. Pernambuco R$ 2.157,11
19. Piauí R$ 2.120,53
20. Alagoas R$ 2.070,23
21. Santa Catarina R$ 2.052,57
22. Rio Grande do Norte R$ 2.038,18
23. Maranhão R$ 2.033,48
24. Pará R$ 2.006,35
25. Amazonas R$ 1.868,07
26. Paraíba R$ 1.802,39
27. Bahia R$ 1.766,94

http://ba.tmunicipal.org.br/prefeitura/macaubas/publicacao/
http://freire.com.br/pm/macaubas
http://contaspublicas.freireinformatica.com.br/macaubas

Um comentário:

  1. E onde se investe pouco, ou quase nada, recebe-se de volta nada, ou coisa nenhuma. É um calculo simples... mas francamente, a "eles" interessa manter a alienação vigente. Entregues a essa corja despreocupada, só nos resta, tentar, tentar e nunca desistir de transformar essa realidade. Utópico, né?
    Belo texto professor. :D

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