Te esperei tanto
no anseio do “por enquanto”
e de tanto esperar
vejo quanto des-espero
e no quanto que restar
meu sinal tão fugaz
foi de verde pra amarelo.
Quero tanto.
No entanto
Nem sei mais quanto quero
Nesse tanto
o encanto foi ficando
lá num canto
por enquanto
foi-se dando de fininho
E tão tênue o seu fio
Que de tanto
Se partiu.
O que mais quero?
Não espero.
Vou ao tanto e de tanto
mando às favas o por enquanto,
e de modo muito sério
e selvagem tanto quanto
dou ao tempo a sua pausa
e conquisto o que mais quero.
Joselito da Nair, do Zé, do Rafael, de Ana Lúcia, de Tantas Gentes e de Jesus, O Emanuel
Lendo esse poema cheio de tanto encanto, fiquei pensando no tanto que gosto do que você escreve. Você nem sabe o tanto...
ResponderExcluiresse tanto, encanto, por enquanto...
ResponderExcluirem meio a essa lira em que você nos parece empregar tanto rigor estético e ritmico, sempre percebo em seus poemas a ansiedade, angústia, a ironia,o erotismo lascivamente pornográfico como tônicas comuns.As vezes acho graça,em outas nem tanto... e neste paralelo entre o ri e a introspecção me lembro de Pombinha:
"... sorriu.E no seu sorriso já havia garras"
Bonitos os comentários. Levam-me ao retorno ao escrito e, nele, o perfil de quem escreve. Por isso que cada vez mais interesso-me pela psicanálise e pela análise do discurso. O inconsciente se atira em meio ao discurso e deixa nu o rei com a sua roupa fantasiosa. Eu nem sei o tanto, talvez nunca saiba, provavelmente. O erotismo flui como uma força muito presente em mim. A lascívia escorrega por entre as palavras e nelas deleita a sua intenção de gozo supremo, deixando a sua marca indelével em minha escrita, minha pele, minha selvageria contida entre quatro paredes e as vezes nem.
ResponderExcluirObrigado por me fazer ver mais em mim o que meu consciente insiste, inutilmente, em camuflar.