sexta-feira, 12 de agosto de 2011

Tanto


Te esperei tanto

no anseio do “por enquanto”

e de tanto esperar

vejo quanto des-espero

e no quanto que restar

meu sinal tão fugaz

foi de verde pra amarelo.



Quero tanto.

No entanto

Nem sei mais quanto quero

Nesse tanto

o encanto foi ficando

lá num canto

por enquanto

foi-se dando de fininho



E tão tênue o seu fio

Que de tanto

Se partiu.

O que mais quero?

Não espero.

Vou ao tanto e de tanto

mando às favas o por enquanto,

e de modo muito sério

e selvagem tanto quanto

dou ao tempo a sua pausa

e conquisto o que mais quero.


Joselito da Nair, do Zé, do Rafael, de Ana Lúcia, de Tantas Gentes e de Jesus, O Emanuel

3 comentários:

  1. Lendo esse poema cheio de tanto encanto, fiquei pensando no tanto que gosto do que você escreve. Você nem sabe o tanto...

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  2. esse tanto, encanto, por enquanto...
    em meio a essa lira em que você nos parece empregar tanto rigor estético e ritmico, sempre percebo em seus poemas a ansiedade, angústia, a ironia,o erotismo lascivamente pornográfico como tônicas comuns.As vezes acho graça,em outas nem tanto... e neste paralelo entre o ri e a introspecção me lembro de Pombinha:
    "... sorriu.E no seu sorriso já havia garras"

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  3. Bonitos os comentários. Levam-me ao retorno ao escrito e, nele, o perfil de quem escreve. Por isso que cada vez mais interesso-me pela psicanálise e pela análise do discurso. O inconsciente se atira em meio ao discurso e deixa nu o rei com a sua roupa fantasiosa. Eu nem sei o tanto, talvez nunca saiba, provavelmente. O erotismo flui como uma força muito presente em mim. A lascívia escorrega por entre as palavras e nelas deleita a sua intenção de gozo supremo, deixando a sua marca indelével em minha escrita, minha pele, minha selvageria contida entre quatro paredes e as vezes nem.
    Obrigado por me fazer ver mais em mim o que meu consciente insiste, inutilmente, em camuflar.

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joselitojoze@gmail.com