Um colunista do New
York Times, Thomas Friedman, afirma que seu país favorito, depois do Estados
Unidos, é Taiwan. Segundo ele “[...] isso se deve ao fato de Taiwan ter
utilizado o talento, a energia e a inteligência dos seus 23 milhões de
habitantes, tanto homens quanto mulheres, em vez de escavar a terra e explorar
o subsolo”. Ele argumenta que “[...] o país desenvolveu o hábito e a cultura de
aperfeiçoar as habilidades do seu povo, e essas habilidades acabaram se revelando
o recurso mais valioso e único verdadeiramente renovável do mundo atual.” Ora,
tomando como pressuposto que essa informação faça sentido, e, como hoje é o dia
do professor no Brasil, penso que nosso país desperdiça esse recurso valioso,
que é a capacidade intelectual e técnica de um povo, quando desrespeita e
maltrata o professor.
Os diferentes governos, e agora este vermelho de araque, colocam o professor numa arapuca econômica e cultural. Com baixos salários os professores e as professoras da rede pública de ensino não têm como qualificar-se melhor. Não frequentam teatros, pouco vão a cinemas, mal adquirem livros novos e nem pensam em participar de discussões na sua área, tanto devido ao cansaço, quanto ao recurso financeiro escasso. Desprovidos de formação e de acesso aos bens culturais, além de fazerem "bicos" aqui e acolá, os docentes vão perdendo sua capacidade de intervenção mais qualitativa na prátiva educativa, sua criatividade vai minando e sua motivação vai se esvaindo pelo ralo de um sistema público de ensino montado para dar errado. Mas a culpa recai geralmente sobre o professor, a professora, que vai sendo punido (a) e marginalizado (a), cada vez mais, com cada vez menos. Talvez a maior contradição do nosso tempo.
Os diferentes governos, e agora este vermelho de araque, colocam o professor numa arapuca econômica e cultural. Com baixos salários os professores e as professoras da rede pública de ensino não têm como qualificar-se melhor. Não frequentam teatros, pouco vão a cinemas, mal adquirem livros novos e nem pensam em participar de discussões na sua área, tanto devido ao cansaço, quanto ao recurso financeiro escasso. Desprovidos de formação e de acesso aos bens culturais, além de fazerem "bicos" aqui e acolá, os docentes vão perdendo sua capacidade de intervenção mais qualitativa na prátiva educativa, sua criatividade vai minando e sua motivação vai se esvaindo pelo ralo de um sistema público de ensino montado para dar errado. Mas a culpa recai geralmente sobre o professor, a professora, que vai sendo punido (a) e marginalizado (a), cada vez mais, com cada vez menos. Talvez a maior contradição do nosso tempo.
O Governo Wagner caracteriza
sua gestão com mão de ferro diante de negociações com as categorias
profissionais, entre elas professores e policiais militares, praticando um
arrocho inexplicável e gerando ainda mais insegurança quanto ao futuro de tais
categorias. No caso específico do professor da rede pública de ensino, o modo
como o Governo tratou a última greve revelou claramente que educação pública em
nosso estado baiano lamentável de coisas é algo desprestigiado, secundarizado.
Simplesmente, as mãos governamentais foram lavadas e tudo ocorreu ao modo
caótico, que só prejudicou crianças de famílias pobres do estado, que precisam
da escola pública para realizar estudos sistemáticos. Os professores e as
professoras foram marginalizados, e houve um silenciamento às avessas: ao invés
de calá-los, não vamos nem ouvi-los. E assim foi feito o mal feito.
As professoras e os
professores ficaram clamando nas praças, na Assembleia Legislativa, nas ruas,
enquanto o Governo investia mais recursos públicos em propagandas enganosas.
Nosso governador não pensa que a educação seja importante riqueza nacional, um
recurso renovável que reduz a desigualdade e amplia oportunidades, gerando, num
ciclo virtuoso, ainda mais riqueza. Inteligência não é dom de brancos e ricos.
É uma dimensão valiosa que o ser humano gera em interações qualitativas. Passa pela escola e continua gerando mais inteligência num processo ininterrupto,
provocando o crescimento sustentável de um país e gerando uma nação de humanos
com maior capacidade de intervenção na sociedade e na natureza. Mas, sem
professor (a) nada disso acontece.
E quando digo
professor (a), não estou falando daqueles e daquelas formados (as) em cursos
aligeirados, somente para constar em estatísticas oficias. Refiro-me a educadores e
educadoras comprometidos (as) com a ascensão cultural dos seus educandos. Mas o
governo não forma educadores e educadoras que deviam se orgulhar de sua
condição, ao invés de se lamentar. Lamentam os baixos salários, as péssimas
condições de trabalho, o futuro profissional incerto, a perda permanente de poder
aquisitivo, causando um empobrecimento cada vez maior. Os professores vão se adaptando
à vida de professor, vida pobre, que proíbe a vida digna, que espanta jovens talentosos (as) dessa "vida severina".
Vida de professor que não paga uma viagem em família, a não ser para ali bem perto,
vida de aperto, vida sem sucesso. De vez em quando entram numa “caixa” pra
juntar uns trocados a mais a fim de fazer algo diferente. E vão assim, remando
contra governos que apenas mudam de sigla, mas não mudam o jeito de maltratar
o professor (a), atirando fora, junto com ele (a) a maior riqueza dessa nação:
a sabedoria e o saber que nosso povo tem.
Joselito Manoel de
Jesus, professor
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