quinta-feira, 10 de agosto de 2017

OS/AS VELHOS/AS EXPRESSAM SUAS VELHICES NA VELHA POLÍTICA

Na próxima eleição irei votar. Não atenderei ao apelo para votarmos nulo. Até entendo a racionalidade que essa revolta nos apresenta. E é esta racionalidade que fundamenta este texto. Votar nas mesmas caras, nesses/as homens e mulheres velho/as que se denominam "candidatos" e, em nome de alguma mentira elaborada pelo marketing político eleitoral, se lançam no mercado eleitoral a fim de serem "eleitos/as".  O grande problema é que esses/as candidatos/as são bem velhos/as. Muito embora a velhice tenha sua sabedoria, para compensar as dores e as reduções de nossas potências físicas e biológicas, essa velhice política termina funcionando como uma barreira à renovação que o campo político no Brasil exige, neste momento de desregulamentação do mercado e retrocesso político nas conquistas dos/as trabalhadores/as e das classes populares.

Parece que a direita política se renova mais depressa que a esquerda. No DEMônio estão aparecendo um tal de Bruno Reis, Guilherme Bellintani, entre outros jovens, liderados por ACM o Neto, que vão atuar na defesa dos princípios neoliberais que a direita baiana prega e luta para assegurar. Mas a oxigenação da esquerda parece muito mais complicada. Desde que sou bem jovenzinho Nelson Pelegrino, Walter Pinheiro, Jacques Wagner, Lídice da Mata, Alice Portugal, Daniel Almeida, Olívia Santana, entre outros e outras, que, de 4 em 4 anos,  lançam suas candidaturas, continuam lançando suas candidaturas eternidade afora. Será que não surgiu nenhum/a jovem promissor/a nessas 3 décadas? Será que os/as jovens desses partidos são pouco inteligentes? Será que esses/as jovens querem apenas exercer a função de distribuir santinho, segurar bandeiras e atuar na organização e execução das campanhas desses/as velhos/as e renitentes guerreiros/as? Faz tempo que não ouço uma voz jovial nesse meio. Quem sobe no trio, passa por uma "triagem". A voz que vem de lá e é distribuída tem de ser a voz de Pelegrino, de Pinheiro, de "da" Mata, de Almeida, de Portugal, de Santana, de Wagner, como se esses partidos, de fato, tivessem seus donos, distribuindo o poder de acordo com o status quo do representante cuja palavra já está resguardada, desde três ou quatro décadas, para ser sempre falada. Mas particularmente, não me convencem mais. Parece que ouço o passado requentado; parece que ouço o futuro represado por malhas de seleção que as operações de poder dentro desses partidos instituem, como se fossem "naturais". 

Muito embora reconheça o papel que os/as mais velhos/as têm, por isso mesmo apreciaria um/a candidato/a desses/as apresentar um/a novo/a candidato/a para nós, como um tutor temporário. Mas o que vejo é que não surgem jovens pronunciando suas revoluções. Como se eles e elas fossem barrados pelas tramas partidárias em seus filtros selecionadores, pela autoridade do momento, que se lança, durante três décadas, candidato/a representante de uma multidão que anseia pela retomada das forças políticas locais, regionais e nacionais. Ora, isso me caracteriza um impedimento, como se esses partidos fossem, eles mesmos, capitanias hereditárias oferecidas aos "eleitos", ou melhor, às/aos candidatas/os de sempre às eleições de sempre.  Fico pensando, do mesmo modo, nesse militância política que opera nesses partidos, como se fossem torcedores fiéis de um/a candidato eterno, vestindo, tal qual um torcedor desvairado, "a camisa" do/a seu/sua candidato/a. Uma esquerda que não se renova me parece suspeita. Muito suspeita. Os/As jovens são "assassinados/as" em suas pretensões eleitorais? 

Por isso não votarei nesses candidatos/as citados/as, muito menos em velhos/as outros/as que requerem reeleição. Caso apresentem jovens, eu votarei e, nesse fenômeno, percebo que o PSOL, por exemplo, dá exemplo de renovação, de mudança de cadeiras e apresentam jovens candidatos. Hilton Coelho não foi mais o "eterno" candidato do partido a prefeito. Foi Fábio Nogueira. E assim vão nos dizendo como um partido não pode se tornar personalista, dependente de um/a eterno/a candidato/a para todo o sempre, amém. A esquerda, precisa voltar a ser esquerda, e o PSOL aponta, nesse sentido, um caminho de renovação. Votarei em Rui para governador, por ser, de certa forma, um jovem nessas três décadas dos mesmos nomes, mas isso, é muito pouco. 

Joselito Manoel de Jesus, (Não é filiado a partido algum, critica quem quer e quando quer) Mas sempre voto na esquerda. 

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