quinta-feira, 25 de julho de 2013

O profissional do poder. Parte IV



QUARTA PARTE

Epílogo.

Diante do dito, parece não haver saída. Só que existem diferenças entre os países. Alguns não têm jeito. Todos os profissionais do poder são tão semelhantes que não oferecem opção. Mas existem nações que através de vigilância democrática, como a imprensa livre e não comprada, com investigações e punições de corrupção, conseguiram se desenvolver. A democracia e as investigações sistemáticas dos profissionais do poder me parecem um caminho. Se é que ainda podemos ter algum tipo de esperança. Talvez seja melhor emigrar para países mais organizados e realmente desenvolvidos e deixar a merda ficar fedendo durante séculos em alguns países ou saber conviver com isso tudo mantendo a integridade pessoal para gozo subjetivo porque para quem gosta de ser íntegro a integridade dá um imenso prazer. Eu entendi isso estudando os espartanos e os samurais. A honra dá um prazer maior do que o poder e o dinheiro. Supera qualquer droga. Ela faz quem a conquista, ser extremamente feliz. Tenho uma grande pena dos que não têm respeito por si próprio. Mesmo que tenham pequenos escorregões. Não estou falando de pessoas fictícias, mas causa uma grande felicidade toda vez, todo dia que você faz uma coisa correta, sem traição, safadeza, roubo, respeito profundo ao próximo, a sua liberdade, amor pelo próximo, solidariedade, ao contrário dos vendedores de Cristo que o usam para ganhar dinheiro torcendo o que ele disse para isso. Você para você mesmo se torna um rei, uma pessoa que você admira muito e se orgulha de ser você. Já o pobre do profissional do poder desses paises explorados por eles junto com o capitalista, coitado, como Midas e o retrato de Dorian Gray, quando a consciência dá aquele trovão e o raio ilumina a podridão que se transformou, o desgosto é tanto que a infelicidade se instala no seu palácio dourado. Não se consegue que racionalização nenhuma consiga impedir essa infelicidade que é a maior que existe na Terra. Você ter vergonha e nojo de si mesmo. Você tomar consciência de que é um monstro. Por isso os japoneses se matavam por não poderem mais olhar para si mesmos no espelho, olhar para os filhos, amigos e o povo em geral e aí com a morte tinham um último ato de decência. Que felicidade é você gostar de si mesmo. Ser apaixonado por si mesmo. E para isso seus atos devem ser de uma moral segura. Sem roubo, sem traições, sem faltar com a palavra, sem agredir os fracos e necessitados, ser sempre um homem de verdade livre e honesto, absolutamente confiável. Isso vale muito mais do que qualquer dinheiro e posição social. Quem não tem é digno de profunda pena e nojo. A pena supera muitas vezes até o nojo. Coitado, é um pobre diabo que nem o inferno quer. A felicidade é a honra. Como é bom se encontrar na vida pessoas honradas. Quem tem amigos assim é um privilegiado. São mais raros que diamantes. Mas completam a nossa felicidade. Os espartanos, os samurais e muitos guerreiros da humanidade pensavam assim e eu compreendi que só a honra que me referi acima traz a verdadeira felicidade. Por isso estudo cada vez mais o caminho deles para não me afastar do que é a fonte de minha profunda felicidade. Não sou perfeito. Não tenho tanta honra como queria ter, mas a cada dia me esforço mais para ser o mais possível correto sob todos os pontos de vista porque isso é que de fato me traz a maior felicidade em minha vida. Não tem prazer maior do que esse. Eu me amo cada vez mais a partir de meus atos. Talvez essa seja uma das razões para eu mudar de país algum dia. Fico exausto de ter de lidar diariamente com pessoas que nem sabem o que significa a palavra honra.

O que é parece ter acontecido com os países desenvolvidos é o profundo amor que os seus profissionais do poder têm, ao longo dos anos, pelo seu país. Em países inchados ocorre o contrário. As pessoas têm amor ao dinheiro que podem arrecadar com suas atividades de profissionais do poder para ela e sua quadrilha. Não amam o próprio país. Não amam sem povo. Só a si mesmos e seus parceiros de rapinagem. Os profissionais do poder são destituídos desse amor ao país que nasceram e assim praticam a alta traição e liquidam o país em que nasceram. Não sei que mecanismos foram usados ao longo da história desses países desenvolvidos para eles se livrarem desses traidores ou os manter em graus menores do que os observados em países doentes e inchados levados à miséria. 

Autor: Ricardo Líper
Disponível em: http://osinimigosdorei3.blogspot.com.br

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