terça-feira, 20 de novembro de 2012

CREDO UT INTELLIGAM: CREIO PARA ENTENDER


Estava assistindo um filme, “O Orfanato” e, nesse filme, houve um momento em que lembrei-me imediatamente do título acima, frase do teólogo medieval Anselmo, citado por Rubem Alves em seu livro “Filosofia da Ciência: introdução ao jogo e a suas regras”. No filme, uma personagem, a vidente, fala para a mãe que está à procura do filho, afirmando que o caso que o enredo encerrava não era questão de ver para crer, mas, ao contrário, de crer para ver. Entendo perfeitamente. Só aprendo algo quando acredito no que estou apreendendo. Descobri que não consigo aprender nada em que não acredito. Compreendo o conteúdo e apreendo sua lógica, mas esqueço se não crer nos princípios fundamentais que regem aquele objeto de estudo.

Por muito tempo acreditei nos princípios socialistas. E apreendi sua lógica, que se baseava na concepção do ser humano moderno, dono de sua razão, senhor de sua história, vendo-se livre do fetiche da mercadoria e da ideologia enganadora que o cegava. O ser humano que abriria mão da propriedade privada e da necessidade de controle sobre os outros indivíduos, grupos e classes sociais e partilharia o pão e o sonho numa grande comunidade de seres humanos em permanente processo de emancipação. Eu acreditei muito nessa utopia socialista e enveredei por esse caminho, inclusive participando modestamente de campanhas políticas “sem medo de ser feliz.” A comunidade de fé, onde eu estava inserido, também alimentava esse sonho, associando, discretamente, a utopia socialista terrena com  a esperança de fé no Reino de Deus. E eu cri com todas as forças da minha juventude nesse mundo que estava por vir e que nós antecipávamos traços dele em nossa maneira de vestir, de falar, de acolher e compartilhar nossas riquezas que emprenhava nossa fé e esperança.

Tudo fazia sentido naquele contexto e o futuro era cheio de expectativas. Mais à frente céu e terra se encontrariam definitivamente e a história deixaria definitivamente suas demoras para trás, pois todos nós vivenciaríamos o saber que sempre procurávamos apreender, inutilmente, pela abstração que a lógica representa. Minhas crenças foram conduzindo-me nessa esperança da história viva que se desenrolava à minha frente, na utopia socialista que os partidos de esquerda representavam, tendo o Partido dos Trabalhadores à frente.

Entretanto, creio que esquecemos de um pequeno, mas decisivo detalhe. Que a história não é inexorável nem para seu fim, nem também para seu “enfim.”. O socialismo real, conforme foi interpretado erroneamente por Stálin, que desprezava o importantíssimo papel da teoria na práxis, foi perverso para com os povos que ficaram sob seu controle. Seus líderes tornaram-se senhores de toda a riqueza produzida coletivamente, bem pior que o capitalismo. Milhares de pessoas foram esmagadas em sua subjetividade e em sua integridade física. O poder bélico tornou-se mais importante que o atendimento das necessidades dos seres humanos que acordaram para a realidade cruel de um socialismo autoritário, sanguinário e corrupto. Decidimos ignorar que o ser humano é sapiens, mas também demens. E os demônios humanos destruíram o sonho socialista, onde os trabalhadores, verdadeiros construtores da riqueza de uma nação, iriam construir a paz e o amor baseados na justiça da distribuição da riqueza para todos.
O que vimos foi o inferno dos demônios humanos impondo a ferro e a fogo as suas ideologias e o seu cinismo diante da dor alheia. Lugares de tortura, distantes da piedade e da ternura trouxeram o inferno para a história de homens e mulheres que rejeitaram o socialismo real, absurdamente real. Na China também não foi diferente, a brutalidade opressiva opera pela manutenção do poder. Por incrível que possa parecer, o sonho, a criação e a inventividade humana foram proibidas, banidas, retiradas do ser humano sua dimensão mais humana, em nome de poderes totalitários que negavam o princípio da contradição como eixo da realidade humana e natural. Quem entende o mundo assim passou a ser dominado pelas suas ideias maquiavélicas, diabólicas, pensando erroneamente que as dominam. Creem num mundo ordenado a ferro e fogo e assim o entendem. São devotos de uma fé estranha: a que retira do ser humano a sua humanidade em nome de um poder voraz.

Essa ciência e essa filosofia eu não desejo para ninguém. Porque não é sapiência. É demência. Oxalá o Partido dos Trabalhadores acorde desse pesadelo demente que o poder o envolveu e retome o sonho que engendrou sua fundação. Embora tenha pouca fé em relação a isso. Senão o inferno virá, inevitavelmente, impor a ferro e fogo a sua sanha gananciosa em permanecer no poder a qualquer preço, baseado numa crença num Brasil controlado por um partido único, onde os torcedores do mesmo time ocupem os melhores lugares do estádio e massacrem os demais torcedores em nome da "liberdade", do "amor", da "justiça" e do projeto político deles, que não pode ser questionado, sob pena dos questionadores sofrerem as penalidades não previstas na lei dos direitos humanos.

Joselito da Nair, do Zé, do Rafael, de Tantas Gentes e de Jesus, O Emanuel.      

terça-feira, 13 de novembro de 2012

AMOR E MORTE



Há duas coisas belas no mundo: amor e morte. Leopardi

Para o autor Paulo Freire (1993), “cabe ao professor observar a si próprio; olhar para o mundo, olhar para si e sugerir que os alunos façam o mesmo e não apenas ensinar regras, teorias e cálculos”. De fato, o professor deve, também, ensinar os educandos a olharem para si mesmos e para o mundo. Perceber a poesia e a feiúra do mundo, o encanto e o desencanto e, deste espanto, encontrar um novo canto que ressignifique o seu pranto. O fortalecimento da afetividade dos educandos também passa por aí.

Não podemos desistir de amar, mesmo que o verbo sofrer seja conjugado juntamente. Amar é a arte mais difícil de aprender, contudo, é a maior recompensa que qualquer ser vivo pode ter. E o amor exige dedicação, comprometimento, observação dos detalhes, dos pequenos gestos, das discretas faces que revelam os segredos que nem mesmo seu dono sabe. E refiro-me ao amor supremo. Aquele pelo qual oferecemos nossa vida sem pestanejar, em nome do que e de quem amamos.

Eu amo meu filho. Sei disso porque quando levei um tiro na perna direita, num assalto a ônibus, com dor e tudo olhei para ele, que estava sentado em minha perna esquerda para ver se estava bem e nada o havia atingido. Minha perna sangrava e meu coração estava assustado demais com a possibilidade terrível de meu filho ter sido ferido. Felizmente, o marginal deu muita sorte naquele momento. Muita sorte. E eu ainda mais. Poderia levar muitos tiros a ver meu filho ferido. Depois disso, parei de pegar ônibus. O marginal estava em todos eles. E a polícia, o herói combatente, o braço armado do estado, em nenhum deles. Naquele dia, 09 de dezembro de 2006, eu percebi o que era, de verdade, amar.

Há pessoas privilegiadas em sua sensibilidade que não precisam passar por situações limítrofes para compreender esses sentimentos e emoções basilares do ser humano. Descobrem cedo, assim que experimentam desde a primeira vez. Eu não sou assim. Sou atrasado para essas coisas. E talvez sempre precise chegar perto do precipício, olhar o seu chamado de morte, para entender que a vida, só vale a pena, com amor. Só que todos nós temos, cada um, o seu precipício. A morte sempre nos chama de lá do fundo dele e, aos poucos, a gente vai sentindo que o nosso caminho vai nos levando à grande queda. E Alguns de nós vamos caminhando, procurando desviar dele e construir veredas e jardins à nossa passagem, para ver se conseguimos passar pelo abismo numa descida suave, como numa escorregadeira divertida para o mistério do sem-fim (Cecília Meireles). Muito embora alguns e algumas dirão, com razão, que não há nada de divertido na escorregadeira que leva para o abismo da morte. É. Penso também que, já que vamos cair, não poderemos pelo menos, enquanto houver capacidade de escolha, escolher como cair?   

Por isso desejo um amor que me leve leve para o sem-fim. Por isso desejo meu jeito de ir. Inventando uma esperança definitiva que me assegure no apagar das luzes. Uma esperança com uma sobriedade tênue, mas cheia de paixão e força, para morrer com suavidade, seja caindo de paraquedas no abismo, seja descendo louco e alegremente na escorregadeira do sem-fim, que, no fim, me espera.   
  
 Joselito da Nair, do Zé, do Rafael, do amor, da morte, da caminho, da verdade e da vida.

sexta-feira, 9 de novembro de 2012

Por mim e pelas pessoas que estão no mundo da cegueira



Hojje estive lendo o jornal A Tarde de domingo, 04/11/2012. Na página A³, o bispo dos católicos, Murilo Krieger, retoma a história do homem invisível, a partir de uma leitura sua, em outro jornal, de uma experiência de um estudante de sociologia, onde o mesmo

[...] quis conhecer o olhar das pessoas nas avenidas de uma cidade grande. - isto é, saber o que elas realmente veem, para onde se voltam e a que dão valor. Vestiu-se por isso de forma simples, como se fosse um dos muitos trabalhadores braçais que diariamente cruzam os caminhos de todos. Sua primeira surpresa: em pouco tempo percebeu que simplesmente não era notado por ninguém! Sim, ninguém percebia sua presença, ninguém o notava, nem mesmo seus velhos conhecidos e amigos. Constatou que, para muitos, ele simplesmente não existia: havia se transformado em um homem invisível. (KRIEGER, Murilo. O homem invisível, Jornal A Tarde, página A3, Salvador, domingo, 4/11/2012)

Em função desta triste realidade, ressalto, mais uma vez, e creio que não será a última, a relevância de um “ensaio sobre a cegueira”, como propunha Saramago e Jesus Cristo. Ensaio mais que necessário nesse tempo de tantas imagens, tantas ideias, e tão poucas convicções e coerência. Os católicos veem Cristo numa cruz, na imagem projetada na igreja que frequentam, mas não vê as mulheres e homens simples que nos rodeiam. Os evangélicos, com seus paletós e gravatas, e suas bíblias nas mãos, como armas apontadas contra aqueles e aquelas que não creem ou que não fazem parte de seu partido celestial, também são cegos para as pessoas simples, muito embora eles e elas mesmos (as) sejam pessoas simples.

Os varredores e as varredoras de rua, os garis, as zeladoras e os zeladores de prédios, os ascensoristas e as ascensoristas de elevadores, os vendedores de picolé e de cafezinho, as senhoras do mingau e todas aquelas pessoas que exercem funções consideradas simples são atiradas na invisibilidade social, denúncia viva de nossa cegueira, da seleção preconceituosa de nosso olhar, da redução seletiva de nossa visão, que não percebe humanidade em toda gente e esquece, muitas vezes, dos preceitos de suas próprias crenças que, por não serem profundamente refletidas, não se tornam convicções pessoais ao lidarmos com os fenômenos da existência, entre elas, a qualidade de nossas relações sociais, políticas e culturais.

Há pessoas que não existem para nós. Não porque não as conhecemos, mas, simplesmente, porque não as percebemos, por causa de um olhar pobre de humanidade que cultivamos em busca de um falso e inalcançável status quo privilegiado. Traímos nossos sonhos de paraíso, nossas orações por um mundo melhor, mais solidário, piedoso, igualitário e justo. Quando não vemos negamos a existência ao outro, considerado inferior. Não os vemos, não os ouvimos, não damos importância alguma às mulheres e aos homens simples, muito embora muitos de nós almejemos a simplicidade para um mundo aparentemente sofisticado, mas lastreado por arcaicas e velhas formas de viver e de não ver.  

Hoje, olhe para os lados e veja as pessoas simples e humildes que contribuem, tanto quanto cada um de nós, para a construção do mundo e da existência pessoal e coletiva nele. Essas pessoas pronunciam o mundo e se inserem nele, mesmo invisibilizados em hospitais, fóruns, escolas, igrejas, supermercados, postos de saúde, eventos públicos, festas, teatros, praias, enfim, em todos os lugares em que se fazem presentes sem serem notados na exuberante pujança e sofisticação que toda simplicidade tem.

Joselito da Nair, do Zé, do Rafael, de Ana Lúcia, de Tantas Gentes simples e do ser mais simples deste mundo e de todos os outros: Jesus, O Emanuel 

sábado, 27 de outubro de 2012

AS VEZES ME DÁ VONTADE

As vezes eu sinto que preciso me renovar. 
Tomar um sol, um banho de mar. 
Sair sem rumo, dar um mergulho, nadar. 
Cortar o cabelo, quebrar o espelho, inaugurar.
Algumas vezes me dá vontade de mudar tudo:
de endereço, de situação, de telefone e de ilusão.
 

As vezes dá uma vontade de pegar o carro
e dirigir até cansar.
 Ir para longe, pegar o bonde que já passou 
e descer numa cidade desconhecida. 
Ficar calado e escutar, abrir os olhos e observar. 
Ficar atento a todo evento que acontecer ao meu alcance 
e aprender com aquele instante
tudo que possa compreender sobre a existência. 

As vezes tenho vontade de parar
 numa paisagem que me encante
e tenho vontade da eternidade daquele instante.
As vezes quero ficar numa cidade tão pequenina,
que tenha fofoca e que tenha vovó,
milhares delas, não uma só. 


As vezes eu tenho fome e tenho sede,
uma sede de ser outra pessoa, outro homem
com ignorância à flor da pele
e com esperança sem reflexão. 


As vezes eu não quero ser eu
e quero fugir para outro lugar.
Estou precisando é viajar. Ler João Ubaldo
Rever o outro lado que a lua não mostra
para saber da monotonia que não me suporta.

Joselito e só

terça-feira, 23 de outubro de 2012

Há e ah



Há quem lamente
com ai e com ui.
Há quem contente
com pouco,
Há quem lamente
com muito.
Há quem aceite
desgosto,
Há quem reclame
do mundo.

Ah, que ninguém lamente
com pouco
com Deus é mui.
Ah, ninguém aceite
desgosto
Ah, reclame do mundo
com ai e com ui.

Há quem sempre interprete
a seu modo
a seu mundo
Há sempre quem analfabete
em ninguém o absurdo.

Há sempre quem gire
com o mundo
Ah, quem para
vira ninguém
com ai e com ui
com pouco,
sem mundo,
com nada...
Ninguém de tudo.

Joselito da Nair, do Zé, do Rafael, de Ana Lúcia, de Tantas Gentes e de Jesus, O Emanuel

segunda-feira, 15 de outubro de 2012

Triste dia do Professor na Bahia



Um colunista do New York Times, Thomas Friedman, afirma que seu país favorito, depois do Estados Unidos, é Taiwan. Segundo ele “[...] isso se deve ao fato de Taiwan ter utilizado o talento, a energia e a inteligência dos seus 23 milhões de habitantes, tanto homens quanto mulheres, em vez de escavar a terra e explorar o subsolo”. Ele argumenta que “[...] o país desenvolveu o hábito e a cultura de aperfeiçoar as habilidades do seu povo, e essas habilidades acabaram se revelando o recurso mais valioso e único verdadeiramente renovável do mundo atual.” Ora, tomando como pressuposto que essa informação faça sentido, e, como hoje é o dia do professor no Brasil, penso que nosso país desperdiça esse recurso valioso, que é a capacidade intelectual e técnica de um povo, quando desrespeita e maltrata o professor. 

Os diferentes governos, e agora este vermelho de araque, colocam o professor numa arapuca econômica e cultural. Com baixos salários os professores e as professoras da rede pública de ensino não têm como qualificar-se melhor. Não frequentam teatros, pouco vão a cinemas, mal adquirem livros novos e nem pensam em participar de discussões na sua área, tanto devido ao cansaço, quanto ao recurso financeiro escasso. Desprovidos de formação e de acesso aos bens culturais, além de fazerem "bicos" aqui e acolá, os docentes vão perdendo sua capacidade de intervenção mais qualitativa na prátiva educativa, sua criatividade vai minando e sua motivação vai se esvaindo pelo ralo de um sistema público de ensino montado para dar errado. Mas a culpa recai geralmente sobre o professor, a professora, que vai sendo punido (a) e marginalizado (a), cada vez mais, com cada vez menos. Talvez a maior contradição do nosso tempo.  

O Governo Wagner caracteriza sua gestão com mão de ferro diante de negociações com as categorias profissionais, entre elas professores e policiais militares, praticando um arrocho inexplicável e gerando ainda mais insegurança quanto ao futuro de tais categorias. No caso específico do professor da rede pública de ensino, o modo como o Governo tratou a última greve revelou claramente que educação pública em nosso estado baiano lamentável de coisas é algo desprestigiado, secundarizado. Simplesmente, as mãos governamentais foram lavadas e tudo ocorreu ao modo caótico, que só prejudicou crianças de famílias pobres do estado, que precisam da escola pública para realizar estudos sistemáticos. Os professores e as professoras foram marginalizados, e houve um silenciamento às avessas: ao invés de calá-los, não vamos nem ouvi-los. E assim foi feito o mal feito.  

As professoras e os professores ficaram clamando nas praças, na Assembleia Legislativa, nas ruas, enquanto o Governo investia mais recursos públicos em propagandas enganosas. Nosso governador não pensa que a educação seja importante riqueza nacional, um recurso renovável que reduz a desigualdade e amplia oportunidades, gerando, num ciclo virtuoso, ainda mais riqueza. Inteligência não é dom de brancos e ricos. É uma dimensão valiosa que o ser humano gera em interações qualitativas. Passa pela escola e continua gerando mais inteligência num processo ininterrupto, provocando o crescimento sustentável de um país e gerando uma nação de humanos com maior capacidade de intervenção na sociedade e na natureza. Mas, sem professor (a) nada disso acontece.

E quando digo professor (a), não estou falando daqueles e daquelas formados (as) em cursos aligeirados, somente para constar em estatísticas oficias. Refiro-me a educadores e educadoras comprometidos (as) com a ascensão cultural dos seus educandos. Mas o governo não forma educadores e educadoras que deviam se orgulhar de sua condição, ao invés de se lamentar. Lamentam os baixos salários, as péssimas condições de trabalho, o futuro profissional incerto, a perda permanente de poder aquisitivo, causando um empobrecimento cada vez maior. Os professores vão se adaptando à vida de professor, vida pobre, que proíbe a vida digna, que espanta jovens talentosos (as) dessa "vida severina". Vida de professor que não paga uma viagem em família, a não ser para ali bem perto, vida de aperto, vida sem sucesso. De vez em quando entram numa “caixa” pra juntar uns trocados a mais a fim de fazer algo diferente. E vão assim, remando contra governos que apenas mudam de sigla, mas não mudam o jeito de maltratar o professor (a), atirando fora, junto com ele (a) a maior riqueza dessa nação: a sabedoria e o saber que nosso povo tem.

Joselito Manoel de Jesus, professor