quinta-feira, 24 de março de 2011

ADVENTO DE PALAVRAS

Tem palavras aguardando você:
milhares, milhões de palavras
querendo pronúncias, querendo sentidos
querendo dizer.

As palavras te acham
as palavras te pegam
as palavras te encaixam
e ainda te cegam

Não tem jeito:
a humanidade tem o seu preço
e te exige a pronúncia do mundo.

As palavras te encontram:
Não adianta fugir,
fingir
mentir.
É preciso dizer
o necessário existir.

Que palavras eu posso te oferecer?
Somente as vividas comigo,
Elas, que me conhecem tão bem.
Tome as minhas palavras
como gesto de amor

Deixe que as palavras te escolham
morando em meio a elas.
Os discursos residem contigo
em sua história social,
em seu pessoal inconsciente.
Esqueça o discurso impossível,
preciso, medido, correto,
e seja um abrigo carinhoso
dos múltiplos sentidos.

As palavras são tuas contemporâneas:
têm a sua idade
e compartilham contigo o mundo.
Mesmo que você se cale
os sentidos vão continuar
procurando palavras, atores,
para se pronunciarem.

Talvez, se ao invés de calar,
você ficar em silêncio de monge
as palavras podem ser apaziguadas,
em sentido oportuno e,
o mundo,
virá mais profundo.

Joselito da Nair, do Zé, do Rafael, de Ana Lúcia, de Tantas Gentes e de Jesus, O Emanuel

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