quarta-feira, 9 de março de 2011

Errante de Pessoa

Vivo,

ainda que agora

vivo intenso o meu caminho.

Desculpas eu peço

dos pedaços do trajeto,

dejetos de mim.


Vigoro incessantemente

Imploro ardentemente perdões

E ofereço minhas margens, poesias,

orações e silêncios.


Aguardo profecias

Vivo meus passados

Intensamente!

E cruzo os tempos

para trás.


Reencontro coisas belas

outras terríveis

e enfrento o meu futuro

com as minhas cicratrizes

num pretérito imperfeito.


E desse jeito vivo

desajeito de gente.

Ao ter sido o eu mesmo,

deixo de ser quem seria

se não fosse esse errante de pessoa

que vive atrás de si

atrás de quem não vingou

e que, precisamente,

é um ninguém.


Sombra de algo

alma perdida

que tenta chegar em si mesma

que tenta voltar a si.

E o que encontra

é o caminho, o complô,

o tecido de ter sido

tecido entre humanos

num tempo que não mais existe.


E, assim sendo,

eu fui sendo o que sou.

Pra viver? Só sabendo.

Joselito da Nair, do Zé, do Rafael, de Ana Lúcia, de Tantas gentes e de Jesus, O Emanuel

Nenhum comentário:

Postar um comentário

joselitojoze@gmail.com