terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

NÃO ENTREGA A CHAVE DE VOLTA MOMO!!!


O prefeito da cidade de Salvador, numa entrevista agora há pouco (21/02/2012, jornal das 19:00 horas), na Rede Bahia, terminou de afirmar que esse está sendo um dos melhores carnavais dos últimos tempos. Eu concordo. Pareceu-me que a greve dos policiais deu uma ajuda substancial nesse processo. Com um menor número de pessoas a cidade ficou mais tranquila e sobraram espaços, ingressos, entradas, abadás. Sobrou mais espaço para o povo da terra brincar com mais tranquilidade. Posso estar enganado em minha observação pouco científica, pois estou baseando-me em minha percepção assistemática e rasteira. As vezes a experiência pessoal de cada um é mais verdadeira do que o que de fato aconteceu em termos gerais. Não estou afirmando que isto é a verdade. Mas, a percepção de cada um depende muito de onde essa pessoa se encontra e o que acontece com ela em função dos seus objetivos, entre outros fatores. Por exemplo: outro dia, ao sair do Parque da Cidade, após o show do Ylê, de Magary Lord e de Margareth Menezes, encontrei Mira, uma velha amiga do bairro onde passei a maior parte de minha vida, o Calafate. Ela estava toda feliz, dançando e balançando a caixa de isopor onde vendera a cerveja e a água. Estava com o filho, um rapazinho, no apoio. Estava feliz porque vendera tudo e ainda aproveitou o show gratuitamente, junto com toda aquela gente soteropolitana que merece essa riqueza cultural, trazida pelos afrodescendentes. Eu também estava muito contente. Eu e minha mulher curtimos um showzaço, com joelhinho pra dentro e joelhinho pra fora, com beijinho pra dentro e mãozinha pro alto, na base do “circulou, circulou, circulou”. Um bom show geralmente deixa a maioria das pessoas mais contentes e mais relaxadas.

E eu percebi isso hoje. Não sei se foi jogo de cena, mas pareceu-me que o nosso pior prefeito está mais feliz, mais solto, mais light. A companheira dele pareceu-me uma mulher alegre, disposta a aproveitar cada minuto de sua vida, como na poesia de Jorge Luís Borges. Os dois estavam com tatuagens no antebraço. Ele com o sobrenome dela: “Paraíso”; ela com as iniciais dele: JH. Bem, a despeito de quem estava traindo quem, o que não nos interessa, conforme sua “ex” publicizou em plena Assembleia Legislativa, parece-me que a mudança fez um efeito muito positivo na vida do nosso alcaide. Tomara que o mesmo tenha ocorrido com sua “ex”. Ele andava tristonho, sorumbático, assombrado com o grande imbróglio que é governar a cidade de Salvador. Precisava sempre de outro para governar por ele, o que nunca dá certo. Primeiro foi o PT, teve o assassinato do funcionário do setor de saúde, Neilton da Silveira, numa suposta queima de arquivo por ter descoberto irregularidades na secretaria municipal de saúde. As duas pessoas envolvidas nas acusações de mando, a Ex-subsecretaria Municipal de Saúde, Aglaé Souza, e a Consultora Técnica Tânia Pedroso, acusadas pelo Ministério Público de serem as mandantes, estão em liberdade. 

Depois veio Geddel, dos "Vieira Lima". Geddel investiu grandes somas do Ministério da Integração Nacional, que, naquele momento, parecia mais um ministério ministerioso da integração soteropolitana, em função da reeleição de João Henrique. Juntando nossa desconfiança em torno do governo de Wagner e a aplicação da grande soma de dinheiro no crepúsculo da primeira gestão de João, a reeleição foi conseguida. Mas Geddel não pode faturar politicamente e eleitoralmente com isso, pois começaram as desavenças com a “ex” de João e o caldo entornou. Não se sabe até hoje se João traiu Geddel ou se este último queria ser a eminência parda da prefeitura de Salvador no Governo de João. Depois veio outro João, “o Leão”. Com pose de bom administrador, o “todo-poderoso” chefe da Casa Civil da Prefeitura de Salvador, fala com mais autoridade que o próprio prefeito, e está de olho na cadeira oficial. Mas não saiu nada até agora. A cidade está abandonada e os projetos estão, como a gente bem sabe, “em andamento”, o que significa precisamente, parado e sem futuro!  O que é bom para o PT, mas não para o soteropolitano.

Acredito que depois dessa desastrosa experiência no executivo municipal João Henrique nunca mais lançará candidatura para cargo executivo. Para o bem de nossa cidade de Salvador, de nosso estado da Bahia e dele mesmo. Vai tentar se abrigar no Legislativo e nunca mais fará discurso ou impetrará ação contra qualquer prefeito ou prefeita que venha a ocupar seu lugar institucional. Acredito também que ele, acuado como um animal caçado por todos os humanos do planeta, com a mídia em seu encalço, resolveu “dar uma bonita banana” para todos e todas, entregou a chave da cidade ao Rei Momo, e resolveu aproveitar a vida em seu novo idílio romântico. Foi a ação mais sábia dele em todo o seu mandato! Entregar a cidade ao Rei Momo. Acredito que a prefeitura o traumatizou tanto, que João resolveu abandoná-la muito antes. Está por aí, dançando, beijando muito, de novo amor, novas promessas, novos futuros para si e para ela. Até que tem algo de bom nisso. Tem certos momentos na vida que a gente pensa muito em mandar às favas todas as demandas, todas as etiquetas e todas as intrigas, pirraças e tudo o mais para o inferno. Bem, pelo menos João fez isso de verdade. Está naquela do “[...] Quero que você me aqueça nesse inverno e que tudo o mais vá pro inferno”, inclusive eu, que escrevo este texto e o denomino de “o pior prefeito que tivemos até esse momento da minha vida”. Mas, claro, eu não vou, e nem você.

Prefiro curtir esse momento dele. Pois foi a coisa mais original que aquele outrora homem taciturno, débil e aprisionado fez desde que o conheço com sua linguagem aparada e suas frases pausadas e sem efeitos de sentido. Fico imaginando a fundação do Reinado Momesco de Salvador. Outro sistema polítco. Salvador sem prefeito, em ano eleitoral, já é parada mesmo. E sem João a cidade funciona até melhor. Fica ao sabor natural do bom senso geral. Pelo menos teremos alguns meses, ou todo o seu mandato, de uma experiência administrativa anárquica. Que o Rei Momo engula a chave e de quarta-feira em diante, impere ad infinitum a alegria do povo soteropolitano, que ainda sofre essa cidade abandonada. Para haver grande festa carnavalesca, responsabilidade maior do Rei Momo, é preciso que o povo tenha algo a comemorar, que esteja feliz com sua cidade e na sua cidade. E, na celebração dessa festa, uma perguntinha é muito bem vinda: - vai uma "piriguete" aí "meu rei"?!!

Joselito da Cidade do Salvador

Um comentário:

  1. certamente o mandato do rei momo em salvador foi muito melhor que os oito anos, de incompetência e e irresponsabilidade de João Herique. Dá até pra ter saudade dos tempos de ACM, hó prefeito medíocre me dexe viu velho.

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