quarta-feira, 26 de maio de 2010

Não Deixem a Vida me Levar

No Caderno A, página 12,  do dia 01/11/2009, a notícia é muito séria. Na verdade é o que todos já sabemos, mas por falta de provas, e por conhecer a impunidade que caracteriza o legislativo, o executivo e o judiciário, este último tendo alguns juízes vendedores de sentenças, não dizemos. Mas o jornal A Tarde publica o seguinte; Munícipios da Bahia têm mais casos de corrupção. Nesta reportagem, um estudo demonstra os efeitos da corrupção nos indicadores sociais, do doutorando em ciências sociais pela Universidade Federal de Pernambuco, Clóvis Alberto Vieira de Melo. O estudo aponta o seguinte: "[...]nas cidades sem desvio de verba, o índice de abandono escolar no ensino fundamental foi de 7, 21% em 2004. Nos municípios com quatro casos de corrupção, o número pula para 16,16% - aumento de 124%. O quadro se repete para taxa de reprovação: 14,97% nas cidades sem corrupção e 22,5% nas com quatro casos - 50,6% de incremento. A Bahia ajuda a comprovar a tese. Além de ter os municípios mais corruptos, o Estado registra a terceira maior taxa de abandono escolar no ensino médio e a quarta maior no ensino fundamental, com 20,9% e 15,2%, respectivamente. Os dados são do Ministério da Educação (2005)" (Fonte: Jornal A Tarde, de 01 de setembro de 2009, Caderno A, página 12).

Ora, ora, essa informação contradiz alguns "iluminados" que afirmam ser culpa apenas do professor as condições educacionais da população atualmente. São Francisco do Conde, por exemplo, que, proporcionalmente, tem a maior renda per capita do Brasil, é, não é da Bahia não, é do Brasil! lidera ranking nacional em casos de corrupção e sua população, é tão pobre quanto a população de Ourolândia, que tem o PIB per capita, muitas vezes menor. Então a gente conclui que a pobreza não é uma questão de ter mais ou menos dinheiro, é uma questão de justiça social. Pedro Demo, no seu livro Pobreza Política, afirma que a pobreza não é um dado natural, é uma conseqüência social, de impedimento de acesso da maioria da população aos bens coletivamente produzidos. Ele mesmo dá um exemplo. Numa comunidade agrícola, que sofreu uma devastação da natureza, não há pobreza, há escassez de recursos. A pobreza começa a existir quando, naquela situação de escassez, alguns privilegiados retém para si a maior parte dos bens que restaram, enquanto que, para a maioria, restam as migalhas. A pobreza, portanto, é um dado social, e não natural. Por isso, quem ainda acredita num mundo melhor, tem de combater a corrupção e os privilégios, contra até si mesmo. Prefeito rico cidade pobre. Mas com o salário que tem nenhum prefeito enriquece. De onde veio o dinheiro para comprar a fazenda, a mansão, o carrão? Da corrupção!

Por isso também que crítico a música cantada por Zeca Pagodinho, quando num trecho ele canta: "[...] confesso que sou de origem pobre, mas meu coração é nobre..."

Quem confessa, confessa um pecado ou um crime. Pobreza não é crime, nem pecado. "Mas", no sentido de oposição, "[...]meu coração é nobre..." Quer dizer que ser pobre contradiz com nobreza? Pois eu sou pobre e tenho orgulho de minha existência com meu escasso recurso financeiro. Os ricaços é que deveriam ter vergonha de sua demasia! De seus carrões, de suas mansões, pois, muitas vezes, essa demasia é que não rima com nobreza, com ética, com decência.

Autoria: Joselito da Nair, do Zé, do Rafael, de Ana Lúcia, de Tantas Gentes e de Jesus, O Emanuel

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