segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Outras Margens

Há muitas coisas ocorrendo
enquanto vivo e vou morrendo
e não posso alcançá-las.

O desejo de obtê-las
é a morte prematura do humano.
Sua vontade de consumo
nunca cessa?

Eu remo nesse rio caudaloso
da modernidade sem destino
antecipo a morte
morte que nunca virá.

Se me deixo levar pela corrente
Se ancoro num remanso
contrario o movimento
desconcertante
dessa idéia ocidental.

Ninguém sabe a que ponto
está do rio
todos sabem
que não chegam ao destino
desse mar que espera
escancarado
esse rio que não deságua
essa sede que não mata
esse fio que não morre.

Quem se arrisca a nadar para além?
Quem se arrisca nessas margens
turbulentas da história?
Quem se encontra nessa margens
é quem faz sua própria história.
Narrativa diferente
outro jeito de viver
e de morrer
nada contra o Ocidente.

Subir o rio
para encontrar o começo
desse fluxo permanente.
Ver o gotejo iniciar
outro Ocidente
e perguntar por outros rios
e outras margens
nos instantes das nascentes
na água fresca da fonte
de outras possibilidades.

Joselito da Nair, do Zé, do Rafael, de Ana Lúcia, de Tantas Gentes e de Jesus, O Emanuel.

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