terça-feira, 1 de março de 2011

Segredo, alegria e medo

Em tudo há segredo,
alegria e medo.

Em cada coisa
por menor que seja,
por maior que surja
há medo, alegria e segredo.

Há em tudo propósito
e absurdo
É mundo!
onde nem tudo se encaixa
de pandora.

São tempos, espaços,
discursos compondo
e decompondo o sistema.

Em tudo se encontra
o que se procura:
amargor e doçura
o fugaz e o que dura
o efêmero e o eterno
a maldade e a ternura
a feiúra e o belo.

A gente quer quintal com pomar
para poder brincar
Trabalha o segredo
e em medo seguimos
cortejos e ritmos
a alegria do povo.

A gente quer o fruto
e o sumo pro suco
e, de tudo, o melhor.
Mas a gente é pó,
é poeira na estrada
é memória esquecida
dos sonhos de amor.

O amor esquecido
retorna ao segredo
de cada indivíduo
que ao pó voltará
sem medo.

Em tudo há cortejo pro riso:
na morte, esse drama esquisito.
Tem alegria em cada coisa
de cada manhã:
na sombra que dá
gratuita das árvores,
nos córregos
que deslizam abaixo,
nos ossos cansados,
na pela suada
da negra largada
no aço do mundo.

Em tudo há medo, alegria e segredo
em tudo há o que se pensar
em tudo se inclina
o mundo a criar,
malcriar.

Joselito da Nair, do Zé, do Rafael, de Ana Lúcia, de Tantas Gentes e de Jesus, O Emanuel 

2 comentários:

  1. Belíssimo poema! Cheio de ritmo e carregado de sentidos. E se em tudo há o que se pensar... Penso através das palavras ditas ou subentendidas, da beleza que suscita delas,que sou súdita da grandeza que emana desse mundo de criações bem e malcriadas!

    A leitura dos seus textos é sempre um momento de encantamento!

    Abraço...Mayre

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  2. Parabéns Jose... Precisamos dessa sensibilidade também no nosso espaço geográfico...
    vamos tecendo...

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joselitojoze@gmail.com