sexta-feira, 22 de abril de 2011

Lentidão e velocidade no tempo de nossa nação

O mundo: lento e veloz
Mundo cão, mundo algoz
Mundo algum para ti,
Para mim, para nós.

Mundo mudo
Sem reação e sem voz.
Bahia, cheia de nós
Brasil cheio de atados
cheio de seus atrasos.

Brasil lento na maca
do hospital público
na fila do banco privado
no pátio de embarque
e desembarque do ar.
Brasil lento no porto,
no mar
no rio e no asfalto.

Brasil lento no ensino
e na aprendizagem
sono-lento na justiça
bocejante na legislatura
das coisas fundamentais.

Lento em patentes
no cuidado com a terra
com a guerra ao tráfico
e com a batalha contra a corrupção.

Brasil baiano, paulista, carioca
me choca, elétrico.
Bahia veloz
Entrega a pizza, a BR
sem atraso.
Mata o moto boy,
na velocidade da luz
acima do permitido pela via.

Brasil que lucra milhões no toque
de uma tecla
que fabrica aviões no tempo fugaz
do pedido chinês.
Brasil que mata o tempo
do atraso veloz
que marca o gol na velocidade da voz.

Paradoxo com isso!
Hetero e homo doxo com aquilo
Sede veloz na solidariedade
como és quando tens a dor alheia
na tragédia alhures.
 
Sede veloz com a dignidade,
no serviço privado e público
na cidadania e na cidade.
Sede veloz no combate ao crime
na punição dos corruptos,
no socorro aos desvalidos
no saque do calibre
pro tiro na inflação.

Sede lento no aumento de impostos
no salário dos legisladores
das tarifas, dos tributos
no roubo aos cofres públicos
na velocidade aos cargos.

Sede lento e veloz
no que for preciso
pra alegria do povo
O tempo de uma nação é esse:
o tempo dos seus
pra viver seu país a cada segundo
pra fazer de seu país
um exemplo pro mundo
um tempo certo pras coisas certas
e erradas.

Joselito da Nair, do Zé, do Rafael, de Ana Lúcia, de Cira, de Jorge e de Ecinho, Tantas Gentes e de Jesus, O Emanuel

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