O caminho serpenteia a terra
começo de paz
o fim das minhas guerras,
de trincheiras e campos de batalha
O caminho andando em meu passo
cortando veredas, caatingas, desertos
unindo riachos, levando segredos
de rio pro mar
A cerca ao lado seguindo meu nado
em compasso de espera.
O meu lado mais leve
saltando do rio na harmônica curva.
O menino amarelo
brincando banguelo com a chuva.
brincando banguelo com a chuva.
Ignora a cerca farpada
e festeja o quintal de um dono
que também ignora
na manga doce que escorre
amarela da boca,
amarela da boca,
no caju, na goiaba,
na roupa molhada.
na roupa molhada.
A minha infância inteira
coube naqueles galhos,
naquelas margens,
daquele rio.
Eu mergulhei na vida
inteira daquele instante
e exultei alegre
daquele momento em diante
daquele momento em diante
para todos os dias seguintes
da minha existência.
Quando saí do rio, fiquei alí
com a chuva, com a margem,
com o sabor, com a imagem
daquele momento.
Senti uma benção alegre...
E foi assim meu verdadeiro batismo.
Autoria: Joselito da Nair e do Zé.
Este texto começou a ser escrito em 1992. Depois, em 1996, eu fiz umas modificações. Agora, em 2009, penso tê-lo concluído. Acho que não. Mas quero que sim.
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