quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

Vaga-Lume

O vago lume da minha vida
acende e apaga na escuridão noturna
Não se pretende farol dos homens
mas não se perde no breu imenso.
Acende e apaga
acende e apaga
e novamente, acende,
iluminando o sentido da noite.

Na vasta luz o dia vaga
e acende apenas
só à noite apaga

Os seres humanos vêm
nas mãos da vida,
um dia vão, nas mãos da morte
no acende-apaga
e se apagam
e reacendem na escuridão.

Como pode uma noite inteira
que meio mundo assume
render-se à luz
de um minúsculo vaga-lume?

Acende e apaga,
acende e apaga,
eternamente
batiza a noite,
batiza a vida,
batiza a morte,
meu vaga-lume.

Autoria: Joselito da Nair, do Zé, do Rafael, de Ana Lúcia, de Tantas Gentes e de Jesus, O Emanuel 


Um comentário:

  1. Este poema eu fiz quando visitava a zona rural de Rafael Jambeiro, Fazenda Serrote. Fomos tomar banho, eu, Vardomício, fio de Zélia, Jorge e os meninos, outros fios. Sem energia elétrica havia um breu sem fim, principalmente para nós, eu e Jorge, moradores de Salvador. Andávamos tateando nos ombros dos meninos. Foi quando vi uma das coisas mais belas do mundo! vaga-lumes acendendo e apagando nas folhas que flutuavam no pequeno açude. A noite e sua escuridão ficou cheia de sentido para mim naquele momento. A partir daí tive que escrever algo, pois percebi o sentido de tanto breu.

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joselitojoze@gmail.com