terça-feira, 8 de dezembro de 2009

Madrugada

Na madrugada tudo barulha
nada embaralha na calma
nada espalha o silêncio
que pede palavras à alma.

Fico calado ouvindo o livro
que fala por horas aos meus olhos
Leio, leio, creio e crivo
e, no silêncio, registro meus gritos


Na madrugada eu vou tecendo
os fios do discurso
os cursos do rio
os ditos e suas entrelinhas
os meandros tecidos
rumo ao destino do mar.

Não escolho palavras:
Elas me acham
no lugar do silêncio
e se pronunciam
madrugada inteira
enredando poemas
trançando versos
traçando verbos

A madrugada me deixa sozinho:
silêncio e palavras
tecidas de um modo
de ser poesia.
Ana dorme quieta
parece longe e discreta
me resta o silêncio:
 a voz da madrugada

Autoria:  Joselito da Nair, do Zé, do Rafael, de Ana Lúcia, de Tantas Gentes e de Jesus, O Emanuel

3 comentários:

  1. rapaz, senti o clima da madrugada! qto realismo! rsssss... abração!

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  2. É nessa hora que a gente escreve, Tico. O silêncio convida à escrita, ao verbo. Nem de longe, o tédio.

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  3. Aff... Nossa! Parece que todo mundo sente essa chama na madrugada.
    Quem nunca experimentou não sabe o que perde. Quer se auto conhecer? Na madrugada vc se descobre não tenha duvidas...

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joselitojoze@gmail.com